terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Capítulo 2

Celos... Jealousy... Gelosia... Jalousie... Eifersucht... しっと
Nenhum amor feneceu em razão do ciúme, pois ele o que faz é juntar um fogo a outro fogo. ~Fernandes de Leon

 

Durante a entrevista Takeo, que costuma falar mais que o Jack que é líder, se manteve calado. Fato que não passou despercebido nem pelo apresentador do programa. A entrevista correu bem, as músicas saíram certas apesar do nosso nervosismo, só Takeo que agiu de forma diferente. Depois desse compromisso, tivemos uma seção de fotos para uma revista e o final de tarde passou com minhas tentativas de fazê-lo falar ou melhorar um pouco o humor. Em vão. Eu não sabia o que tinha mordido aquele ruivo.


A noite chegou e eu saía do hotel com borboletas revoltadas no estômago, um coturno, calça jeans preta meio surrada, minhas correntes presas no cinto, uma blusa vermelha e a jaqueta preta. Perfume Burberry, celular, carteira e a pulseira de identificação do Shibuya. Pode parecer estranho, mas guardo ela até hoje e algumas vezes (como essa noite) escondo debaixo de uma munhequeira de couro ou disfarçado sob o relógio.

O táxi me aguardava na porta do hotel, não era um percurso muito longo, Yuu morava num apartamento modesto no centro de Yokohama, mas minha ansiedade fez parecer que estávamos num longo engarrafamento de Tókio, por mais que o trânsito estivesse livre.

Ao chegar ele não demorou a atender o chamado do porteiro e enquanto subia para o segundo andar decidi conferir se o celular estava no silencioso, a última coisa que eu gostaria que acontecesse era algum dos P’’Saikoboys ligando e interrompendo nossa conversa. Não sabia exatamente sobre o que seria ou se realmente haveria algo pra falar. Antes de me mudar eu gostava mesmo do Yuu, mas, sério, não sei se naquele momento eu ainda gostava dele, estava ali pra entender isso. Uma parte de mim queria encontrá-lo e retomar de onde paramos, a outra queria entender o que aconteceu com os próprios sentimentos em dois anos distante dele.

As coisas pareciam acontecer em câmera lenta. Ele abriu a porta me deu um sorriso e pediu pra eu entrar. Meus pés mal me obedeciam, mas entrei, e segui para a sala onde ele me indicava um lugar à mesa. Havia velas, pratos e talheres, taças, um recipiente de aço com gelo e vinho dentro... O prato principal veio a seguir, e Yuu sentou à minha frente, nos servimos e a conversa começou naturalmente com o comentário dele. “Espero que não tenha mudado muito nesse tempo. Fiz o que você gosta.” Pra dizer a verdade... É ele acertou algumas coisas. E depois do jantar seguimos pro sofá com nossas taças, relembrar algumas cenas que protagonizamos juntos. Como shows em que não queriam nos pagar, ou uma vez que a gente foi quase pego aos amassos no backstage. Riamos, mas nessa última lembrança meu riso não era tão espontâneo...

-Hayato... –Ele chamou e eu atendi. –Fiquei preocupado com você.

-Eu... Consegui me virar. –respondi. –Encontrei o Jin e o Takeo. Eles foram importantes pra mim. E tive sorte, muita sorte em Tókio.

-Estou vendo. –Falou sorrindo e fez um carinho no meu rosto. Não era como o Takeo fazia. –E tem esse Takeo... seu namorado?

-O Takeo?! Não! ... Não! De onde você tirou isso?

-Calma Izu-kun. –Ele ria. Continuava a mesma hiena. –Eu só perguntei por que ele pareceu muito “alterado” hoje mais cedo... Não parecia nervoso só com o programa.

-Não sei o que deu no Takeo. –E lembrar isso me deixou aéreo. Sério, tinha vezes que ele me deixava sem ação. Era como ciúmes... Eu até entendo, não nego que também tenho ciúmes dele quando o pego dando em cima de alguém, ou o contrário. Eu tinha vontade de bater no ruivo nesses momentos. E meus pensamentos foram cortados quando Yuu me chamou ao pé do ouvido. Quando ele se aproximou?

-Onde você está Izumi? –Ele perguntou com nossas faces próximas que eu pude sentir o BVLGARI que ele usava. Nos fitamos e senti ele se aproximar mais. Eu fechei os olhos e ele sorriu. –Sem quebrar meus dentes okay?

Eu sorri e deixei que nossos lábios se encontrassem. Ele me puxou pelo cós da calça para o colo dele e de pronto eu atendi. Olhei nos olhos dele e vi que havia desejo. Eu não era mais um garoto pra ele.

-Dessa vez sem interrupções. –Ele comentou e eu concordei voltando a me satisfazer com os lábios dele. As mãos pesadas se ocupavam por baixo da minha camisa e o cinto da minha calça. Os beijos desceram até o pescoço e senti a mordida dele. –Você hoje está...

-Estou pra você Yuu-san. –Isso foi muito oferecido, eu sei. Mais ainda quando me afastei para tirar a blusa e jogar do nosso lado fazendo o mesmo com a dele.

-Pressa, Hayato? –Ele riu e eu mordi o lábio divertido.

-Não... Dois anos e pouco esperando por isso, não tem como eu ficar apressado agora. –Estava sendo irônico. E Yuu parecia entender isso porque não se demorou pra jogar meu cinto distante e abrir minha calça.

-Você já fez isso não é? –ele perguntou ao pé do ouvido seguido de uma lambida que me fez arrepiar. Senti as mãos dele invadirem minha calça e apertar minha bunda. Kami-sama, aqui foi bom!

-Ie. -Gemi no ouvido dele com algo de vergonha que só aumentou quando ele segurou meu rosto para encará-lo. Os olhos dele brilhavam de surpresa e eu não podia enfiar minha cara de vergonha na curva do pescoço dele!

Ele me pegou no colo e levou pro quarto, me deitando na cama e terminando de tirar minha calça e a sunga. Eu estava nu na cama enquanto ele me admirava com os olhos brilhantes.

-Yuu... –Eu chamei pedinte. Estava ficando muito incomodado com aquele olhar e ele pareceu entender porque começou a se despir e engatinhando sobre a cama veio me beijar. Ele mordeu meu queixo e depois meu pescoço. Uma mordida e um beijo, várias vezes pelo ombro. Eu sei que fechei os olhos e fiquei sentindo cada arrepio que o contato dos lábios dele faziam com minha pele. E o que foi quando chupou e mordeu meu mamilo? Ou melhor, quando beijou meu umbigo que senti faltar o ar? Acho que só pelo que imaginei que viria a seguir, suspirei quase gemendo em antecipação. Ele parou para me olhar. Eu o encarei e esperei. E nessa espera eu tive a certeza de que aquela seria a minha noite com ele. A noite que eu esperei pra ter... A que talvez eu não me arrependesse de ter se fosse há pouco mais de dois anos atrás.

...

Dois corpos esgotados. Esse era o saldo às... três? quatro da manhã? Sobre a cama dele. Aquilo foi... Dolorido, demais, pra conseguir mostrar a cara pro Yuu. O travesseiro também não faria questão de saber o que era suor e o que eram lágrimas ali, então manter o rosto escondido de cansaço e vergonha era o melhor. Ele deitou meio por cima de mim e afagou meus cabelos.

-Hayato? –senti um beijo no meu ombro. –Hayato. Deixa eu te ver...? –Pediu com uma voz grave e gentil, mas que não conseguiu me tocar como conseguiria antes. –Tá tudo bem? Olha pra mim...

Eu não podia ignorar senão ele perceberia que algo não ia bem... Mas duvido de que naquele momento ele já não teria sacado que alguma coisa não ia bem. Não ia bem na minha cabeça. Eu virei o rosto buscando o olhar dele, mas não consegui fixar, permaneci encarando seus lábios e levei meus dedos à eles.

-Arrependido? –Ele me perguntou logo de cara. Sabia que não ia conseguir esconder.

-Ie... –sussurrei. –Yuu...

-Hun? –pediu com os olhos cerrados

“... se fosse antes...”

-... arigatou... –disse antes de me entregar ao sono.

 

Continua...


Tá... eu sei que sou péssima com lemons e ainda assim tento me aventurar nesse mundo. É mais forte que eu, mas mais forte ainda é eu parar no meio das preliminares exausta de tanto bater cabeça. *sorriso forçado* Gomen!!!

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