sábado, 20 de março de 2010

Epílogo - Quando tudo termina bem

O clima e Kyoto era mágico, envolvente, inigualável... mas as filmagens andavam num ritmo tão apressado que os P”Saiko não tinham tempo de aproveitar nada da beleza milenar.

Prometeram-se que depois que a correria acabasse tirariam o atraso, mas por hora...

_ CORTA! _ a voz do diretor encerrou a filmagem daquela cena.  Um dos staffs veio correndo e entregou uma toalha para Takeo.

_ Domo.


O ruivo agradeceu antes de secar o suor do pescoço.  Aquela fora uma cena tensa.  Exigira muito de si.  Observou Jack e Teruo parados mais a esquerda do cenário.  Ambos pareciam exauridos pela tomada.

Mas no fundo todos estavam felizes.  A história que gravavam era de longe muito melhor que o lixo anterior.  Atores e equipe podiam prever um desfecho afortunado para a aventura.

A situação era tão boa que os posts no blog oficial da banda se tornaram quase diários,compartilhando com os fãs a expectativa pela estréia.  E o público estava cada vez mais ávido pelo grande dia.

_ Estão dispensados para o almoço. _ Otomo dispensou o elenco.

_ Senpai! Senpai! _ alguns atores se aproximaram de Arata, que estava sentado nos bastideores, junto com Jin.

_ Nani? _ o vocalista perguntou com um sorriso.

_ Canta pra gente no refeitório?  Onegai!!

Arata concordou com um gesto de cabeça, e os companheiros de gravação agradeceram efusivamente, indo para o local de almoço coletivo.  Para o vocalista da P”Saiko era uma vitoria pessoal: estavam pedindo que cantasse enka.  Enka!  Até então ele cantara apenas pop, rock, algo de metall.

Graças aquele filme descobrira mais uma de suas capacidades.  Tinha voz e garganta para cantar a música clássica tradicional japonesa.  Sentia-se orgulhoso.

_ Grande, primo.

Arata sentiu quando Jin tocou-lhe o ombro.

_ Jin também está se saindo bem.

O vocalista pensou em como Shibuya não parecia mais um robô sem emoções na frente das câmeras e que ele se esforçava bastante para realmente tocar um koto e um sangen, para acompanhá-lo na execução das músicas enka.

_ Podemos almoçar ou as damas ainda não acabaram o drama? _ Takeo chegou provocando, junto com Jack e Teruo.

_ Estou morrendo de fome, ko... _ Arata calou-se bem a tempo de eviar o “koibito” de sair de seus lábios. Que deslize!

_ Tá andando tempo demais com Ikeuchi... _ o ruivo ainda cutucou _ Vai pegar a lerdeza...

Jin fez uma careta e os outros riram.  Era culpa do clima descontraído das gravações.  Bem diferente do anterior.

oOo

O silêncio no estúdio era total. Absoluto. Estavam gravando a última cena. A última tomada. Uma canção solitária soava na voz marcante de Arata.

Praticamente todo o material estava nas mãos da empresa que faria a edição. Com mais aqueles minutos tudo teria um fim.

Sentimentos semelhantes dominavam os corações dos rapazes.  Eles sentiam-se como se tivessem cumprido a difícil missão que lhes fora confiada.  E tinham.  Aceitaram o desafio de gravar um filme e venceriam as dificuldades com maestria e perseverança.

Jack e Jin estavam parados muito perto um do outro.  Ouviam a musica executada pelo moreninho, compartilhando dos mesmos sentimentos transmitidos pela letra.  Não apenas eles dois, mas a P”Saiko crescera e amadurecera naquela difícil caminhada.

Um aprendizado para ser levado por toda a vida.

Teruo observava mais distante, com cigarro pendendo displicente nos lábios carnudos.  A mente vagava pelo passado distante, pelas chances que desperdiçara por medo.

Ao longo daquele tempo que convivia com os outros integrantes aprendera a importância de cada oportunidade.  Por isso estava ali.  Recebera um pouco de cada um dos quatro, amadurecera com eles, e a cada dia sentia-se mais forte, mais corajoso.

Nunca mais desistiria de algo por medo.

E Takeo não conseguia pensarem nada. Nada que não fosse a voz de seu namorado ecoando pelo estúdio. As derradeiras palavras, cantaroladas com a emoção que era fator dominante na banda. Quando faziam algo, faziam pra valer, derramando o coração.

Sentia que poderia gravar mais infinitos filmes se estivesse ao lado de sua amada banda.  Ao lado do amado vocalista.

Arata  mantinha os olhos fechados, deixando as palavras escaparem dos lábios bem torneados de forma instintiva, pouco racional.  Da letra decorada de cor, afinal a cantara durante toda a filmagem e as vezes nos intervalos a pedido dos outros atores, só podia dizer que era linda, dramática, tocante.

No precisava olhar para saber que os amigos e o namorado estavam por perto, assim como não precisava olhar para saber que sua canção estava comovendo a todos.

Com toda a certeza do mundo, quando aquele filme estreasse, seria um sucesso.

dakishimete dakishimete kokoro ga tokeru hodo
dakishimete eien ni toki wo tometa mama

dakishimete dakishimete karada ga oreru hodo
dakishimete eien ni toki wo tometa mama

Fim.

O filme eu escrevo na integra em outra fanfic.
Corrido, eu sei, por isso tranformei em um epilogo! /foge
Mas pra quem chegou até aqui... ARIGATOU!!

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