terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Capítulo 2

Notas do Autor:
Altas doses de açúcar. E finalmente... o primeiro beijo... *suspira*
Esse chap é presente pra você marida!

 

Ficou inquieto o final de semana inteiro, esperando a noite chegar para encontrar com o ruivo. E agora estava ali, parado na entrada da torre, esperando o elevador abrir.

Por que um lugar tão bonito tinha que ser tão alto? Só esperava que Takeo não tivesse escolhido uma mesa perto das janelas.


Já no restaurante, o ruivo estava impaciente, cada vez que ouviu o som de passos, olhava para a entrada do elevador, esperando ver Arata sair por ele. Já estava na hora que ele marcara e esperava que o moreninho estivesse atrasado, pois não sabia como agiria depois se ele não aparecesse.

Mais uma vez o som das portas se abrindo chamou sua atenção e novamente não era o vocalista. Estava a ponto de desistir de esperá-lo, estava fazendo papel de bobo.

Levantou-se e foi para a sacada olhar a cidade, precisava esfriar a cabeça e esperar mais um pouco. Atrasos aconteciam, ele pode ter errado o caminho, ou talvez Shibuya o tenha convencido a não vir.

Suspirou frustrado.

Não, o amigo não faria isso. Não depois de se juntar a Jack para convencê-lo a ceder. Foi graças às insistências daqueles dois e um pouco de bom senso de Teruo que decidiu tomar a iniciativa e tentar uma reconciliação.

_ Takeo? – virou-se para ver Arata parado no batente da porta de vidro, encarando-o timidamente.

_ Oi... – aproximou-se lentamente – Que bom que veio. – sorriu minimamente, parando a alguns passos de distância.

_ Eu aceitei o jantar, mas tenho algumas condições. – falou de cabeça baixa, evitando encará-lo, tinha medo de estragar o encontro – Se não for aceitar, não vou nem me sentar com você.

_ Tudo bem, pode falar. – tocou no queixo do outro e levantou seu rosto, afastando rapidamente a mão ao ver o olhar sério que Arata sustentava.

_ Nada de cantadas, brincadeiras sem graça ou ficar jogando charme pro meu lado. Quero salvar nossa amizade, porque ela é importante pra mim. – falou rápido, sem gaguejar ou tremer a voz uma vez sequer.

_ Entendi. – respondeu sério, caminhando até uma mesa e sendo seguido pelo vocalista, parou a um lado da mesa e puxou a cadeira – Quer jantar comigo?

_ Takeo... – alertou-o quanto ao gesto.

_ Estou sendo gentil. – tentou justificar-se, sorrindo ao vê-lo se sentar.

Logo um garçom apareceu e anotou os pedidos, deixando-os novamente a sós.

E diferente do que o ruivo imaginara, ele não conseguia falar o que queria. Nada do que planejara dizer saía em palavras, estava tudo preso em sua garganta. Ambos se encaravam e desviavam os olhares, constrangidos por suas atitudes.

Já havia sido um grande passo receber o convite, uma mãozinha na conversa não machucaria mais.

_ Aqui é lindo. – o olhar de Takeo recaiu sobre si, agradecido por quebrar o silêncio – Já visitei muitos lugares em Tóquio, mas não tive oportunidades de vir aqui.

_ A vista é maravilhosa. – indicou a sacada do restaurante – Foi um dos primeiros lugares que visitei.

_ Por que escolheu esse lugar?

_ Hum... pela vista, porque é tranqüilo e tem ótima comida. – tentou sorrir, mas acabou sendo um gesto um pouco forçado.

_ Já trouxe muitas pessoas aqui?

“Muito bem, Arata. Estraga o jantar!” pensou consigo, beliscando o lábio nervosamente.

_ Com licença. – pediu o garçom, servindo os pratos e interrompendo a conversa.

Assim que ele saiu, Arata encarou o ruivo, torcendo para que ele esquecesse a pergunta que fizera, mas seu pedido não foi atendido.

_ Eu sempre venho aqui sozinho. – lançou um olhar melancólico à mesa – Lugares calmos são bons pra pensar, compor, relaxar. Encontros costumam acontecer em praças, lanchonetes, boates.

_ Desculpe. Fui precipitado... – Arata desvia os olhos, constrangido.

_ Tudo bem, eu já esperava por isso. – suspirou pesadamente.

_ Então... – olhava para a comida sem tocá-la – Os chocolates estavam gostosos.

_ São seus preferidos, não é? Calda de morango.

_ São sim. – sorriu, mostrando ao mesmo tempo um pouco de confusão – Você conseguiu lembrar quais sãos os meus chocolates preferidos e ainda a loja dos que eu queria provar. Isso que é pedido de desculpas.

_ Não sou tão desmemoriado, não é?! – sorriu, com medo que Arata o levasse na brincadeira – Só lembro quando algo é importante pra mim.

Franzindo o cenho, Arata concordou.

_ Nossa amizade é importante... Eu... – olhou para os lados antes de continuar – Sinto falta... – diz sem encarar Takeo.

_ Eu também. – e desencostando o corpo da cadeira, segura a mão de Arata na sua – Me desculpa, por tudo que eu falei, por ter brigado com você. Não era meu direito te cobrar algo, eu... fiquei com ciúmes, mas... você sabe se cuidar. Eu sinto muito, de verdade. Não queria que aquilo acontecesse, no hotel, perdi o controle e quase machuquei você. Me perdoa?

E percebendo a demora do outro em responder, pensou que seus esforços estavam sendo em vão. Talvez ele só quisesse tirar da consciência o peso da briga, talvez a amizade deles não tivesse mais solução.

Arata encarou as mãos unidas, um bolo se formando em sua garganta. Fechou a outra mão, encarando finalmente o guitarrista.

_ Me desculpa. Eu... perdôo. – abaixou novamente o olhar, encarando as mãos – Não sei o que dizer... ainda estou chateado...

_ Perdoa? – encarou-o incrédulo – Não está falando isso pra evitar me magoar, não é? Não quero que faça isso por pena de mim.

Arata esboçou um sorriso, voltando a olhá-lo.

_ Acho que... somos próximos o suficiente pra não ter isso de evitar falar a verdade pra não magoar. Eu de certa forma comecei...

Takeo fechou os olhos e negou com a cabeça, não acreditando que estavam finalmente se acertando.

_ Podemos começar de novo? – agora ele conseguiu sorrir de novo, era um peso enorme que tiravam de suas costas.

Ver aquele sorriso de novo era indescritível.

_ Sim. Claro! O clima é péssimo sem você pra aliviar a tensão. Er... Takeo... você também me perdoa?

_ Não tem o que perdoar! – solta a mão de Arata estendendo a sua na direção do moreninho – Prazer, Shiroyama Takeo.

_ Sou Izumi Hayato. – ri, encostando-se na cadeira e estendendo a mão para cumprimentar o ruivo – Mas pode me chamar de Arata.

_ Tachi! É assim que alguns poucos amigos me chamam. Agora, jantar! Se já não estiver frio... – cutucou a comida no prato, provando um pouco.

Terminaram de comer calmamente, tentando matar as saudades e colocar os assuntos em dia. Era incrível que num dia mal se olhavam e agora riam e brincavam juntos.

_ Quer pedir sobremesa? Não sei se eles têm tortas aqui...

_ Não, obrigado. – negou, sorrindo – Eu devorei a caixa de chocolates hoje de manhã. Deixa pra outro dia.

_ Isso é um convite? – fez cara de assustado, piscando em seguida – Você negando torta? Quem é você e o que fez com o Arata?

_ É sério. – riu da brincadeira boba do ruivo – Já comi doces demais para um dia.

_ Certo, então agora, sacada! – levantou, apontando para fora do restaurante – Acho que consigo ver minha casa daqui. Vamos tentar localizar a sua! – andou até o outro, puxando a cadeira e estendendo a mão.

_ Vamos sim... – porque esse ruivo maluco tinha que inventar de ver a cidade? Não podiam ficar sentados conversando?

Levantou-se, mesmo que a contragosto e caminhou com Takeo para fora do restaurante, aproximando-se lentamente da sacada. Ventava um pouco, Arata sentiu um arrepio subir por sua coluna, não sabia se pelo medo de estar ali ou se fora pela mudança de temperatura.

Realmente era um lugar ótimo se queria silêncio, não podiam nem ouvir os sons dos carros lá embaixo, que mais pareciam pontinhos luminosos em movimento.

“Grande idéia, Arata. Olha direto pra baixo.”

Sentiu o chão rodar e sumir debaixo de seus pés. Levou a mão à frente, procurando algo para se apoiar, mas não teve forças para se segurar, esbarrando abruptamente no ombro de Takeo, que virou assustado, segurando-o antes que fosse ao chão.

_ Izumi? O que foi? – segurou-o firmemente contra seu corpo, mantendo-o em pé e escorado na sacada.

_ Tontura... – respondeu fracamente, apoiando a cabeça no ombro no ruivo e enlaçando seu pescoço – Já vai passar...

E sentindo o corpo do outro abraçado ao seu, sentiu-se mais tonto e embriagado, mas dessa vez pelo perfume do ruivo. Como nunca percebera o cheiro marcante que ele exalava?

_ Melhor irmos embora. – não ia mantê-lo ali, se não estava se sentindo bem – Eu te levo pra casa. – separou um pouco seu corpo do outro, encarando-o para ver se estava melhor.

_ Vamos sim. – contudo, não queria se separar do mais alto.

Estreitou o abraço, encarando os orbes acinzentados. Queria ficar ali mais um pouco, mas não exatamente no lugar onde estava.

Arata mordeu levemente o lábio, nervoso pela aproximação e temeroso pelo lugar. Mas o gesto não passou despercebido, logo tendo o olhar do ruivo preso em sua boca.

_ Izumi... – sussurrou aproximando seu rosto ao do moreninho, roçando seus lábios nos dele, sentindo a textura macia, desejando tomá-lo para si – Não sei se isso faria você me levar a sério mas...Quer namorar comigo?

Pressionou seus lábios contra os de Arata, depositando um pequeno beijo em seu lábio inferior.

Apesar do gosto adocicado dos lábios, fora amargo o sabor de não ser correspondido. Ao reabrir os olhos, encontrou o moreninho encarando-o assustado.

Havia estragado novamente a chance de ficarem juntos. O vocalista deixou claro que sua intenção era reatar a amizade, e não começar um relacionamento.

Afastou-se lentamente, tirando as mãos de sua cintura.

_ Me desculpe. – levou uma mão ao lábio, ainda sentindo o gosto e o calor do toque – Fui precipitado. Você me pediu para não fazer algo assim. Esquece o que eu falei.

_ Não! – segurou-lhe o braço, para que não se afastasse mais – É que... eu não esperava isso. – aproximou-se do ruivo, tocando em sua face e cerrando os olhos – Só... me dê um tempo para entender o que você falou.

Takeo enlaçou novamente a cintura de Arata, aproximando suas faces, roçando seus lábios nos dele e acariciando seu pescoço com a outra mão.

_ Posso? – dessa vez provaria do beijo sem medo de ser rejeitado.

_ Uhum. – Arata gemeu em aprovação, pousando suas mãos nos ombros do guitarrista.

Takeo depositou um selinho em sua boca e depois outro em sua bochecha, descendo em direção ao seu queixo, deixando um rastro de beijos até voltar aos seus lábios.

Não se importou em momento algum se seriam vistos, queria aproveitar ao máximo o momento.

Juntou novamente os lábios aos do moreninho, entreabrindo-os e sentindo Arata fazer o mesmo, dando-lhe permissão para aprofundar o beijo, correspondendo-o com paixão.

 

FIM!

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