domingo, 25 de dezembro de 2011

Capítulo 3

Notas do Autor:
Eu vomitei arco-íris escrevendo esse capítulo, entao contém altas doses de fofuras XD~

 

Hayato foi chamar os garotos para almoçarem, já que Shibuya se negava a se aproximar enquanto Jack estivesse armado, mas parou no batente da porta ao ouviu um riso baixinho vindo da sala, sentindo o coração bater mais forte.

Era a risada de Takeo, não tinha dúvidas.

Então ele não ia continuar sério como estava pela manhã? Isso o alegrava muito. Queria vê-lo sorrindo e brincando de novo. Apesar de reclamar às vezes, dizendo que o namorado devia ser mais maduro, não imaginou que sua expressão ficaria tão...

_ O QUE ESTÁ FAZENDO, SHIROYAMA? – o ruivo assustou-se com o berro de Arata, afastando a canetinha do rosto de um dorminhoco Ryuutarou, que acordou sobressaltado com o grito.

_ E-eu... só... de-desculpa Izumi-san. – que azar! Tinha que ser pego no flagra? Ele podia ter esperado só mais uns minutinhos pra aparecer!

_ O que houve, Arachii? – Ikeuchi chegou correndo à sala, também assustado pelo grito, afinal era muito raro ver o primo perdendo o controle daquele jeito.

_ Olha o que ele fez! – apontou para a obra de arte na cara de Asamura, que ainda olhava sonolento para os três presentes – Isso pode fazer mal, Takeo! Pode irritar a pele e causar alergia!

_ Sinto muito... – murmurou de cabeça baixa, ainda brincando com a canetinha e desenhando rostinhos nas pontas dos dedos.

Era claro que Shiroyama não estava se sentindo culpado. Pelo que conhecia do ruivo, ele sempre gostou de aprontar com os outros, e raramente media o nível de suas brincadeiras. Mas se fosse antes, ele iria contar vantagem pelo feito ao invés de abaixar a cabeça e pedir desculpas.

_ Torça para isso sair ou você vai ficar de castigo. – aproximou-se dos garotos, puxando Jack para limpar o rosto.

_ Você não pode me colocar de castigo. Não é minha mãe. – olhou-o soslaio, a voz baixa saindo em tom de desafio.

_ Quer testar? – colocou as mãos na cintura, olhando-o com reprovação – Jin, leva o Ryuu-chan pra tirar isso do rosto. Eu vou ter uma conversinha com o Shiro...

Na mesma hora Takeo arrependeu-se da ousadia, engolindo em seco e tentando fazer cara de arrependido. Ele já havia aprendido que não devia bater de frente com qualquer pessoa. Tanto sua mãe quanto seus irmãos cansaram de avisar, mas ele não ouvia. Desse jeito não adiantava tentar passar uma impressão boa sobre si, já que ele sempre ferrava com tudo. Era por isso que não confia em adultos. Eles nunca lhe davam uma segunda chance para mostrar que podia ser diferente.

* * *

_ Ikeuchi-san... acha que Izumi-san vai mesmo brigar com o Shiro? – Ryuutarou questionou de olhos fechados, permanecendo parado na frente do otaku, que estava sentado na tampa do vaso sanitário, tentando limpar seu rosto com um removedor de maquiagem.

_ Não sei... o primo não perde a calma tão fácil. Acho que ele só está chateado porque o Tachii não se lembra dele e fica sério o tempo todo.

_ Ele estava sorrindo depois que vocês saíram. – abriu apenas um olho, encarando de perto a face do mais velho, ponderando se devia ou não contar um segredo – Ele não confia em vocês.

_ Por que não? – parou de esfregar a face do moreninho, gostando de manter uma conversa normal com ele.

_ Não entendi bem o motivo, mas parece que todo mundo olha pra ele como se ele fosse culpado de tudo. – sorriu cúmplice, dando de ombros e olhando para o espelho, vendo o estrago em sua face – E cá entre nós, ele realmente tem cara de culpado.

Shibuya não evitou a risada, pegando em sua mão e puxando-o para perto novamente, tentando terminar o serviço.

_ Não é só o Tachii que tem cara de quem gosta de aprontar. – e foi com prazer que viu o sorriso de Jack aumentar. Ele sorria como nunca viu antes! Um sorriso claro e sem traços de um passado sofrido.

* * *

Esperou que Shibuya se afastasse com Ryuutarou para tentar lidar com Takeo. Ele sabia que não tinha a mínima vocação para ser pai, e se ainda sobravam dúvidas, todas foram eliminadas depois daquela mudança causada pelo jantar. Não tinha paciência com crianças e muito menos com aquele tipo de rebeldia!

Aproximou alguns passos, sentando ao lado do ruivo e segurando seu rosto para encará-lo de frente. Não queria brigar com a miniatura do namorado e nem chantageá-lo, mas aquela situação toda estava tirando-o do sério.

Queria o namorado carinhoso e brincalhão de volta, e não aquele garoto sério, de gestos controlados e poucas palavras. Se aquele rapaz era uma réplica do que o ruivo já fora, então ele já havia mudado muito. Bem mais do que podia imaginar.

E se queria mantê-lo sobre controle, só sabia de uma coisa que poderia segurá-lo.

_ Você sabia que o Jin tem um cachorro? – anunciou em tom baixo, vendo com um misto de satisfação e pena o instante em que o rapaz arregalou os olhos – Ele se chama Trevas e está na casa da minha tia.

_ Como você sabe... que eu...? – questionou num sussurro, praguejando mentalmente contra o mais velho.

Era impossível que ele conhecesse sua fobia! Não contava aquilo pra ninguém! Mas se ele conhecia seus irmãos... um deles devia ter contado... e ele havia pedido para não contarem pra ninguém... Será que não podia confiar em ninguém?

_ Eu não quero brigar com você de novo. Se você se comportar, o cachorro vai continuar longe daqui, entendeu? – recebeu apenas um aceno em concordância, pesando se havia exagerado no castigo – Muito bem... vem me ajudar a arrumar a mesa pro almoço.

Sem soltar um pio, o ruivo o acompanhou para o outro cômodo. Não sabia como Izumi-san descobrira seu ponto fraco, mas ele que o aguardasse... ninguém ameaçava Shiroyama Takeo e saia ileso.

* * *

O restaurante mal havia aberto suas portas quando os primos chegaram arrastando os adolescentes. Queriam um antídoto, uma água do envelhecimento, qualquer coisa para reverter aquilo, e não sairiam dali sem uma solução.

_ Eu não gosto de comida chinesa... – Ryuutarou comentou com um bico, olhando com desgosto o local – Eles comem cachorros! Cachorrinhos, Ikeuchi-san! Consegue imaginar isso?

_ Por mim podem comer todos eles, nem ia me importar... – Takeo resmungou baixo, ao contrário do outro pequeno, gostando mais do local por isso.

Pediram a um dos atendentes que chamasse o dono do estabelecimento, pois tinham uma reclamação a fazer. Rapidamente foram encaminhados para um pequeno escritório ao fundo, sendo recebidos por uma senhora chinesa, trajando um belo quimono vermelho, com os cabelos negros presos em um coque impecável, assim como sua maquiagem e seus gestos.

Se a sua aparência não fosse suficiente para chamar a atenção, aquela aura de mistério e poder davam conta do recado.

_ Sentem -se, rapazes. – falou em tom baixo, com sua voz grave, indicando as cadeiras em frente à sua mesa, esperando os primos sentarem antes de tomar seu lugar – Vocês queriam reclamar de algo...

Ela sabia bem qual era o problema daqueles dois. Era só olhar para os adolescentes parados em pé ao lado das cadeiras. E sabia também quem fizera aquilo, afinal, cada um de seus funcionários aplicava uma... travessura em particular.

_ Bom, parece um pouco absurdo, mas nós viemos jantar aqui ontem... e hoje de manhã descobrimos que nossos namorados tinham virado adolescentes! – Arata tentou resumir a história, querendo chegar logo a uma solução – Queremos que eles voltem ao normal!

Os primos não haviam notado, mas os garotos trocaram olhares assustados. Como assim, namorados?

_ Vocês ganharam biscoitos da sorte, não é?

_ Sim, cada um ganhou um. – contou Ikeuchi – E o que estava escrito aconteceu de verdade!

_ O bilhete dizia que eles iam rejuvenescer? – a mulher questionou com um sorriso de canto.

_ Não com essas palavras... alguns trechos falavam de passado... – o otaku tentava se lembrar do que dizia, mas a correria do dia fora o suficiente para cansar sua mente.

_ Os bilhetes são parte do mistério. Eles ajudam a explicar o motivo do que aconteceu. – enquanto ela explicava, um atendente entrou carregando uma bandeja, depositando-a na mesa e saindo rapidamente – Vocês precisam entender seu recado. Posso estar enganada, mas os quatro tinham problemas, tanto na relação amorosa quanto na vida pessoal.

_ Mas se for isso, eu já entendi o recado! – Arata não queria enigmas para decifrar – Eu reclamava do Takeo ser tão irresponsável e não levar nada a sério e agora ele mal sorri!

_ Esse Takeo seria eu? – o ruivo olhou para Izumi com estranheza, se perguntando se ele era do tipo que alucinava sem tomar nada.

_ Sim, é você Shiro. – confessou com um suspiro.

_ Izumi-san... não acha que está velho demais pra ser meu namorado?

O staff corou intensamente, querendo desaparecer daquela sala. Desejo que só aumentou ao ouvir a risada de todos ao redor. Ryuutarou riu tanto sentou no chão para poder recuperar o fôlego.

_ A questão é: você entendeu o motivo, mas será que já aceitou? Porque o rapaz me parece bem extrovertido... exceto com você.

_ Então eu sou o problema?

_ É você quem precisa descobrir isso. Na realidade, você e seu primo.

_ Eu não quero descobrir isso! Quero que eles voltem ao normal! – choramingou Arata, ignorando o fato de sentir que a mulher sabia tudo sobre eles.

_ Mas será que eles querem também? Pois, mesmo que tenham se esquecido de tudo, sempre há uma parte de nosso inconsciente que sabe o que está acontecendo. Além do mais, mesmo que eu quisesse, não posso ajudá-los...

_ O QUÊ?! – Arata parecia cada vez mais apavorado.

_ Só quem ofereceu os biscoitos pode reverter seu efeito. – explicou calmamente – Meus atendentes tem liberdade para usarem o que aprendem comigo, mas eles têm que lidar com as consequências também. Vocês terão que falar com o Teruo-kun se não quiserem resolver sozinhos.

_ Onde o encontramos?

_ Bom... isso vai ser um problema... – a mulher tentou parecer incomodada, mas o pequeno sorriso em seus lábios dizia o contrário – Ele me pediu alguns dias de folga, pra resolver alguns problemas com a família, e só deve voltar dentro de uma ou duas semanas.

_ Duas semanas?! – agora sim Hayato podia entrar em pânico. Teria que aguentar o namorado daquele jeito, até que o estranho que os atendeu voltasse para a cidade.

_ Sinto muito rapazes, mas terão que esperar. – sorriu educadamente, vendo o staff sair bufando de sua sala, arrastando o ruivo consigo. Shibuya por outro lado, estava bastante pensativo. Se Takeo era sério apenas perto do primo, o fato de Jack não sorrir quando era adulto também podia ser culpa sua.

_ Jin, se ela não pode ajudar, vamos ter que procurar quem possa. Precisamos de alguém pra ensinar como lidar com esses dois! – Arata estava determinado a tornar essas duas semanas mais fáceis.

 

Continua…

Notas Finais:
E agora? Pra quem os primos vão pedir ajuda? E será que os chibis vão se tornar mais compreensíveis com os adultos?
Só lendo pra descobrir...

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