sábado, 8 de maio de 2010

Capítulo 2

Notas iniciais: Finalmente saiu como eu queria!
Agradecimento especial pra Kaline que me ajudou com algumas desgraças e acidentes não-intencionais.

 

_ Se você chegar perto do meu carro de novo, eu juro que deixo mais marcas em você do que apenas um olho roxo! – Teruo soltou a gola da blusa do baixista, acendendo um cigarro e virando para sair de perto dele, dando de cara com o líder, que tinha uma expressão estranha em sua face.


_ Ele mereceu. – deu de ombros, sorrindo minimamente e roubando o cigarro do mais velho, indo até as barracas para tentar montar uma para si.

_ Tudo bem, Jin-chan? – Arata beliscou o lábio nervosamente, notando que o olho do primo começava a inchar levemente, aproximando-se e ajudando-o a levantar.

_ Por que sempre acertam meu olho? – levou a mão até o machucado, testando se doía ao tocar – Vou começar a usar um tapa-olho, igual os piratas fazem!

_ Quer uma perna de pau também? – Takeo se aproximou, gesticulando como se estivesse cortando algo com um machado.

* * *

_ Não, primo! Puxa aquela outra corda! – Shibuya e Arata tentavam armar umas das barracas, com o mais velho 'ensinando' como fazia. Era simples, só precisavam abri-la e prender as pontas no chão. Até uma criança conseguiria!
Mas não aquelas cinco crianças.

_ Essa não é do outro lado, Jin-chan? – Hayato encarava o embolado de cordas, não sabendo a qual delas o primo de referia.

_ Acho que não... – coçou a cabeça, olhando de um lado a outro da barraca, vendo se faltava algo – Traz o martelo, tenho que prender bem firme!

_ Mas se eu soltar vai cair tudo! – fez menção de atender ao pedido do mais velho, vendo a barraca balançar perigosamente.

_ Jakichi, passa o martelo! – acenou para o namorado, que apenas lançou-lhe um olhar enviesado, ignorando-o em seguida.

O baterista também tentava montar uma das barracas, colocando-a mais afastada das demais a pedido de Teruo. Não estava tendo muito sucesso, já que trabalhava sozinho, tendo dispensado a ajuda do guitarrista ruivo. Levava muito a sério o ditado ‘antes só do que mal acompanhado’.

Conseguiu pregar uma das pontas ao chão, puxando a corda e testando se estava firme, caminhando para o outro lado para fazer o mesmo com a outra ponta, bufando irritado ao vê-la pender e quase desmoronar.

O guitarrista moreno andava desolado pela clareira, levantando o celular acima da cabeça, à procura de um mínimo sinal para fazer sua ligação.

Em vão, é claro.

_ Segura firme, primo! – deixou o vocalista cuidando da barraca enquanto ia pegar o martelo e os pregos para fixar a barraca – Agora eu consigo montar direito!

Voltou a se ajoelhar perto da lona, estendeu bastante a corda e firmou o prego no nó que havia na ponta, encaixando tudo em um ponto no chão onde a terra não parecia tão fraca. Ergueu o braço e, fazendo mira no prego, desceu com toda força que tinha.

...

_ ITAAAIIII – berrou tão alto que algumas aves saíram assustadas de seus esconderijos nas árvores.

Shibuya segurava com cuidado a mão machucada, colocando o dedo na boca e tentando conter algumas lágrimas que surgiram no canto dos seus olhos.

Takeo, que andava em volta de algumas árvores, pegando alguns gravetos e folhas secas para fazerem a fogueira, parou de andar ao ouvir o berro, caindo na gargalhada e quase rolando pelo chão.

_ Ri porque não foi com você... – Arata tentou ajudar o primo, não resistindo àquela carinha infantil, dizendo que ia passar algum remédio para aliviar a dor, mas o primo negou o favor.

_ Jackieee!!! – aproximou-se do namorado estendendo a mão – Dá beijinho pra sarar?

* * *

_ Jackie! Vem, por favor! – Shibuya puxava-o pelo braço, segurando uma vara de pesca na outra mão – Eu te ensino! É bem fácil!

_ Quantas vezes você já pescou, Inferninho? – fuzilou-o com o olhar, não obtendo a reação de medo ou receio desejada – Eu concordei em vir, minha presença no mesmo local que vocês já não é o suficiente? Não vou ficar perto da água com você e o Shiroyama rondando!

_ Ele não vai te molhar Jackie! Já combinamos que ele vai jogar só o Arachii na água! – abriu um sorriso enorme, convencido que aquilo tranqüilizaria o moreninho.

_ Tenho pena do Hayato com um namorado desses... – negou com a cabeça, levantando-se e desencostando da árvore onde estava nas últimas horas lendo um livro.

Shibuya entendeu o gesto como uma aceitação e voou para perto do namorado, pegando-o pela mão e tentando puxá-lo para a trilha que levaria para o rio.

_ Isso, Ursinho! Vamos nos divertir muito!

_ Onde pensa que vai me levar?! – soltou-se, pegando outro caminho.

_ Nós vamos pescar Ryuu-chan! – tentou apelar mais uma vez para a boa vontade de Jack, que apenas ignorou o olhar pedinte, caminhando para a barraca que havia montado mais cedo.

_ Eu vou dormir um pouco. – acenou de costas, entrando na barraca e fechando-a por dentro.

Assim que soltou o zíper, a barraca desabou sobre o mesmo.

Do lado de fora, Shibuya ria do montinho no chão coberto pela lona. Até conseguia imaginar uma fumacinha saindo por suas orelhas, sinal que estaria furioso.

_ Hei, vamos para lá Shibuya! – Takeo apareceu ao seu lado, segurando uma cesta de piquenique, sorrindo divertido ao ver a barraca desmontada – Aquele é o Jack? – recebeu um aceno afirmativo – Hei, Jackie! Vamos pescar?

_ Cadê o primo? – olhou para os lados, não vendo nenhum sinal do vocalista.

_ Está tentando animar o Teruo. Seremos só nós dois no rio! – falou alto, dando um tapa em seu ombro e puxando-o pela trilha.

Antes que dessem dois passos, viram o montinho começar a se debater freneticamente, tentando sair dali a todo custo, mas sendo dificultado pelo tamanho e peso da barraca.

Jin e Takeo começaram a gargalhar e se afastar mais. Mesmo não tendo nenhuma noção de perigo, aqueles dois sabiam que não era seguro ficar ali.

_ Neh, Jackie, se mudar de idéia, eu e o Shibuya estaremos no lago! – acenou para a barraca, vendo-o se mover mais rapidamente, até conseguir se descobrir. Seu cabelo estava todo bagunçado e seu rosto vermelho, tanto pelo esforço quanto pela raiva que sentia.

_ Parados, os dois! – Jack rosnou furioso, levantando-se e indo de encontro a eles – Ikeuchi! Longe desse pervertido! – puxou o namorado para perto de si, dando um cascudo no ruivo e apontando um dedo pra sua cara – Eu vou com vocês... Mas só vou te dar um aviso Shiroyama: me jogue uma gota de água e eu mato você!

_ Claro que mata! – bagunçou mais os cabelos do baterista, voltando a andar – Vamos pescar!

_ Eu vou pescar um peixe grandão pra você, Jackie! – contou o mais velho animadamente, abraçando o outro apertado.

_ Não vai mesmo! O meu vai ser maior! – Takeo rebateu enquanto seguiam pela trilha, com o líder apenas rodando os olhos, tentando decidir qual dos dois era mais infantil.

* * *

_ O que eles estão fazendo aqui? – Jack estranhou a presença dos outros dois integrantes, sentados sob um lençol perto de uma árvore, conversando e aproveitando a sombra fresca. Imaginou que eles teriam ficado pra trás, como ouvira Takeo dizer.

_ Aff... achou mesmo que eu ia deixar ele sozinho com o Teruo? – sorriu de canto, aproximando-se do namorado e depositando a cesta no chão – Sou louco, mas não sou idiota!

_ Tenho minhas dúvidas... – murmurou mais para si do que para o outro, deixando-se ser levado pelo baixista para sentarem perto da margem. Retirou os sapatos e arregaçou a barra da calça, colocando os pés para dentro da água, enquanto Jin tentava colocar a isca no anzol.

_ Viemos na frente pra ver se o Teruo conseguia fazer a ligação, já que aqui é mais alto. Mas o telefone não funcionou. – explicou para o líder, sorrindo sem graça e dando de ombros.

O vocalista estava se divertindo com a viagem, não ia negar que fazia parte do plano para arrastar os outros dois, afinal era bom viajar com os amigos. E não lhe agradava a idéia de ir somente com o primo e o namorado, pois sabia que o ruivo se aproveitaria para implicar com o mais velho.

* * *

_ Você não me pega! – Hayato apontou a língua, jogando água pra cima e correndo do namorado.

_ Não vale, koi, eu estou de coturnos! – tentou alcançá-lo em vão, sendo segurado pelo peso dos calçados molhados.

Já fazia um bom tempo que brincavam de pega-pega, com direito a permanecerem com roupas e sapatos dentro da água, tentando ao máximo não molharem o líder, enquanto corriam de um lado a outro.

_ Por que não tem? – Shibuya e Jack ainda estavam sentados na margem, o mais velho com um bico monumental e uma expressão emburrada.

_ Não sei, Ikeuchi. Talvez não esteja na época de pesca. – não deu muito importância àquilo, tentando relaxar escorado no ombro do namorado, vez ou outra espantando um mosquito que rondava a sua volta.

_ Mas eu queria tanto... – olhou entristecido para a água clara.

_ Depois nós passamos no supermercado e eu compro um pra você, Inferninho... – bufou, revirando os olhos.

_ Eu queria pescar. – cruzou os braços, fazendo manha, ao que foi completamente ignorado, já que Jack estava ocupado demais tentando afastar aqueles insetos nojentos de perto de si.

_ Por que não trouxe repelente? – resmungou dando um tapa no próprio braço, matando um dos insetos e vendo mais uma marca vermelha surgir na pele muito clara.

* * *

Sentando contra uma árvore, de costas para os amigos, Teruo lamentava sua sorte. Não conseguira encontrar nem um local onde o celular dava sinais de funcionar.

O pior?

A bateria estava prestes a acabar e ali não havia tomadas para recarregá-lo.
_ O que eu fiz pra merecer isso? – deixou o cigarro pender no canto dos lábios, suspirando frustrado.

 

Continua…

Fufufufufufu e a bagunça está apenas começando
Se eu ganhar reviews felizes, posso até postar a continuação mais rápido
Cenas do próximo capítulo:
"_ Não, Jackie! – o líder era arrastado a força para longe das barracas por um Ikeuchi preocupado em salvar suas vidas.
_ Eu quero fazer a fogueira! Onegai! – esperneava para tentar se soltar, segurando em uma das mãos um isqueiro aceso, os olhinhos brilhando predatoriamente."

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