domingo, 10 de janeiro de 2010

Prólogo

Imprevisto
Kaline Bogard

Prólogo

Teruo fechou o flap do celular e permaneceu olhando para ele por um longo tempo.  Não sabia se ficava feliz ou aborrecido pela ligação.  Hayato, seu namorado, cancelara o encontro de ambos.


Eles estavam de férias na faculdade e iam passar o dia a toa, apenas aproveitando da companhia um do outro, passeando em shoppings, pegando um cinema, indo ao restaurante.  Ambos faziam cursos diferentes e já cumpriam estágios, motivos fortes que dificultavam se encontrarem normalmente.  Sempre que se viam era na correria.

O primeiro dia de férias vinha sendo “sonhado” pelo casal há muito tempo.  E agora, ao invés de aproveitar, tinham que cancelar tudo por que o primo de Hayato viera pra casa dele junto com dois amigos.  Maravilha.

Venha pra casa”, Izumi dissera, “A gente pode se divertir juntos.

Teruo respirou fundo.  Divertir-se em cinco não era exatamente o que tinha em mente.  Preferia o calor de apenas duas pessoas.  Mas sentia falta do namorado, por isso acabou aceitando o convite de ir passar o dia junto com ele, o primo e os dois amigos.

Pegou a jaqueta, a carteira e as chaves da moto e saiu.

oOo

– Okaeri! – o moreninho sorriu largo ao ver seu namorado na porta do apartamento.  Ele parecia um tanto desconfortável, sinal disso foi o gesto nervoso de colocar a mexa ruiva atrás da orelha. – Gomen, Teruo... eles apareceram sem avisar, e eu não pude dizer que não.

O moreno mais alto sorriu:

– Ie.  A gente tira o atraso com juros amanhã. – insinuou passando as mãos pela cintura de Hayato e puxando-o para mais perto.  Ia colar os lábios de ambos, mas o moreninho se afastou:

– Espera... não faça isso...

Teruo ergueu as sobrancelhas.  Namoravam há dois anos, e nunca haviam se preocupado com o que os vizinhos iam pensar!  Ele sempre abraçava o namorado quando dava vontade, em qualquer lugar.

Um tanto aborrecido pelo tratamento meio frio Teruo relevou.  Não ia brigar, não no primeiro dia das férias de verão.

– Entra. – Hayato convidou, cedendo passagem.

O moreno mais alto obedeceu.  Tirou os sapatos à porta, como era costume, e ergueu a cabeça para olhar em volta e ver se o primo inconveniente e os amigos (mais) inconvenientes estavam por ali.  E estavam.

Ao olhar os três Teruo arregalou os olhos e sentiu o sangue gelar:

– Putaqueo... – calou-se ao levar uma discreta cotovelada de Hayato, mas era tarde demais.  Três pares de olhos escuros se arregalaram ao ouvir o quase palavrão.  Só então a ficha caiu e o rapaz lembrou-se do primo de seu namorado, que tinha visto uma única vez de relance.  Sentados sobre o sofá, um ao lado do outro, três garotinhos de, no máximo, seis anos observavam a cena com curiosidade e vivacidade.

E prestavam tanta atenção no recém chegado quanto prestariam em um animal raro...

– Ele falô palavrão! – um deles esticou o dedinho gordinho apontando para Teruo.  E sorriu como se fosse a coisa mais incrível do mundo.

– Vai ser divertido, Teruo chan. – Hayato garantiu ao namorado enquanto fechava a porta, mas era evidente que nenhum dos dois adultos acreditava naquilo...

 

Continua...

Notas Finais:
Ei! Eu ia postar só quando chegasse em casa, mas não resisti! O.o
Nem foi betado! Huahuahauhuah
Teruo chan... prepare-se para pagar TODOS os seus pecados! E mais alguns, por garantia... ^_~

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