Imprevisto
Kaline Bogard
Prólogo
Teruo fechou o flap do celular e permaneceu olhando para ele por um longo tempo. Não sabia se ficava feliz ou aborrecido pela ligação. Hayato, seu namorado, cancelara o encontro de ambos.
Eles estavam de férias na faculdade e iam passar o dia a toa, apenas aproveitando da companhia um do outro, passeando em shoppings, pegando um cinema, indo ao restaurante. Ambos faziam cursos diferentes e já cumpriam estágios, motivos fortes que dificultavam se encontrarem normalmente. Sempre que se viam era na correria.
O primeiro dia de férias vinha sendo “sonhado” pelo casal há muito tempo. E agora, ao invés de aproveitar, tinham que cancelar tudo por que o primo de Hayato viera pra casa dele junto com dois amigos. Maravilha.
“Venha pra casa”, Izumi dissera, “A gente pode se divertir juntos.”
Teruo respirou fundo. Divertir-se em cinco não era exatamente o que tinha em mente. Preferia o calor de apenas duas pessoas. Mas sentia falta do namorado, por isso acabou aceitando o convite de ir passar o dia junto com ele, o primo e os dois amigos.
Pegou a jaqueta, a carteira e as chaves da moto e saiu.
oOo
– Okaeri! – o moreninho sorriu largo ao ver seu namorado na porta do apartamento. Ele parecia um tanto desconfortável, sinal disso foi o gesto nervoso de colocar a mexa ruiva atrás da orelha. – Gomen, Teruo... eles apareceram sem avisar, e eu não pude dizer que não.
O moreno mais alto sorriu:
– Ie. A gente tira o atraso com juros amanhã. – insinuou passando as mãos pela cintura de Hayato e puxando-o para mais perto. Ia colar os lábios de ambos, mas o moreninho se afastou:
– Espera... não faça isso...
Teruo ergueu as sobrancelhas. Namoravam há dois anos, e nunca haviam se preocupado com o que os vizinhos iam pensar! Ele sempre abraçava o namorado quando dava vontade, em qualquer lugar.
Um tanto aborrecido pelo tratamento meio frio Teruo relevou. Não ia brigar, não no primeiro dia das férias de verão.
– Entra. – Hayato convidou, cedendo passagem.
O moreno mais alto obedeceu. Tirou os sapatos à porta, como era costume, e ergueu a cabeça para olhar em volta e ver se o primo inconveniente e os amigos (mais) inconvenientes estavam por ali. E estavam.
Ao olhar os três Teruo arregalou os olhos e sentiu o sangue gelar:
– Putaqueo... – calou-se ao levar uma discreta cotovelada de Hayato, mas era tarde demais. Três pares de olhos escuros se arregalaram ao ouvir o quase palavrão. Só então a ficha caiu e o rapaz lembrou-se do primo de seu namorado, que tinha visto uma única vez de relance. Sentados sobre o sofá, um ao lado do outro, três garotinhos de, no máximo, seis anos observavam a cena com curiosidade e vivacidade.
E prestavam tanta atenção no recém chegado quanto prestariam em um animal raro...
– Ele falô palavrão! – um deles esticou o dedinho gordinho apontando para Teruo. E sorriu como se fosse a coisa mais incrível do mundo.
– Vai ser divertido, Teruo chan. – Hayato garantiu ao namorado enquanto fechava a porta, mas era evidente que nenhum dos dois adultos acreditava naquilo...
Continua...
Notas Finais:
Ei! Eu ia postar só quando chegasse em casa, mas não resisti! O.o
Nem foi betado! Huahuahauhuah
Teruo chan... prepare-se para pagar TODOS os seus pecados! E mais alguns, por garantia... ^_~
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