sábado, 8 de maio de 2010

Capítulo 4

Notas do Autor:
Primeira atualização pré-férias!

Agora que o tempo livre vai aumentar, quero colocar todas as fics em dia.

Espero que gostem!

E... sem ameaças, onegai! Eu sei que muita gente vai querer torcer meu pescocinho depois dessa, mas relevem!


_ Preparar! – gritou o baixista, enquanto os três enchiam as mãos de barro, formando bolotas disformes e grudentas.

_ Apontar! – Arata passou as instruções seguintes, rindo baixo e ficando a uma distância segura das barracas. Tinha noção que estavam prestes a cometer uma loucura.

_ ATACAR! – o ruivo gritou a seguir, lançando o primeiro ataque.

Após vários lances, a lona que cobria a entrada das barracas se movia sempre que eram atingidas, permitindo que as bolotas de barro sujassem seus ocupantes.

Não demorou muito até que um deles surgisse na entrada da barraca, tentando entender o que acontecia ali.

E para alegria de uns e azar de outros, foi Jack quem apareceu primeiro, o rosto um pouco amassado e com uma expressão sonolenta, levando uma das mãos aos olhos, esfregando-os para tentar despertar.

_ O que hou... – Asamura parou de falar abruptamente, levando apenas alguns segundos para notar que havia sido atingido por algo frio, molhado e grudento, e que essa mesma coisa agora escorria por sua face.

Ergueu-se num pulo, as unhas ferindo as palmas de suas mãos enquanto cerrava os punhos, respirou rápida e pesadamente, limpando o rosto com o antebraço antes de encarar o futuro indigente.

_ Ikeuchi, seu desgraçado! – berrou ferozmente, pisando duro em sua direção, vendo-o dar alguns passos vacilantes para no sentido oposto.

Não havia dúvidas de quem fora o autor daquela idiotice. Aquela cara de culpado era suficiente para si.

Mesmo porque não poderia ser Shiroyama ou Izumi, já que eles ainda tinham um monte de lama nas mãos.

PLAFT!

Takeo não tinha mais.

Teruo também havia saído de sua barraca para descobrir o motivo daquela algazarra.

Péssima idéia.

Limpou o rosto num movimento brusco, tentando contar mentalmente até dez e recuperar o controle. Mas já era tarde demais.

_ Corre... – rosnou em tom baixo e furioso, pondo-se de pé e partindo atrás do ruivo, que disparou no sentido contrário, sem deixar que o sorriso sacana morresse.

Mas antes que chegasse perto daquela peste, algo do outro lado chamou sua atenção, fazendo-o mudar de idéia e de direção, derrapando um pouco na terra molhada, conseguindo se equilibrar e partindo atrás de outro alvo.

_ FICA LONGE DE MIM! – o vocalista ainda conseguiu gritar antes de correr para tentar salvar sua vida.

_ O seu primo e aquela peste aprontam e você fica aí rindo da nossa cara! Tem tanta culpa quanto eles!

_ Mas eu tentei impedir! É sério! – nem ele estava convencido disso, afinal suas mãos também estavam sujas de terra.

Estava poucos passos à frente, mas sabia que não conseguiria escapar. Não era bom em corridos. Era apenas questão de tempo até o guitarrista alcançá-lo.

_ Azar o seu não ter conseguido! – o mais velho apertou o passo, conseguindo segurá-lo pelo braço, virando-o de frente para si – Fim da linha.

_ Ahm... sinto muito? – ainda tentou se desculpar e fazer carinha de santo, mas com o guitarrista moreno aquilo não colava.

Uma vez capturado, foi fácil derrubá-lo no chão e encher seu cabelo, rosto e roupas com lama, obrigando-o a rolar de um lado para o outro.

* * *


Do outro lado do acampamento, Shibuya também estava recebendo sua lição. O outro olho e o queixo foram acertados por socos do destemido e inabalável líder.

_ O que você tem na cabeça?! Se quiser apanhar mais é só me avisar! Já basta eu ter sido obrigado a vir pra cá, me enfiar no meio do mato, ter uma barraca caindo em cima de mim, correr o risco de me molhar ou qualquer outro atentado de morte tendo vocês por perto e agora você tem a brilhante idéia de jogar barro pra todo lado? – quanto mais Ikeuchi se encolhia, desejando desaparecer dali, mais o baterista berrava consigo.

_ Mas Jackie... – tentou apelar para a boa vontade do baterista, mas ele não amoleceu. Nada parecia ser capaz de diminuir sua fúria – É que o Tachii...

Quando os olhos de Asamura faiscaram, Shibuya notou que havia dito as palavrinhas mágicas. Claro que a idéia não poderia ter saído só do baixista, tinha que ter dedo do guitarrista ruivo no meio.

Guitarrista esse que observava tudo de longe, dividido entre ir ajudar o namorado, que infelizmente não tinha mais salvação ou continuar escondido até que aqueles dois se acalmassem.

_ Shiroyama, você me paga! – Jack gritou para o nada, olhando ao redor para ver se o encontrava.

_ Pode deixar que eu cuido dele, Jack! – Teruo gritou em resposta, assustando Takeo ao mostrar que estava a poucos metros de distância.

Takeo não pensou duas vezes antes de voltar a correr sem rumo, tendo o outro guitarrista em seu encalço, xingando-o sem parar e ameaçando-o de morte.

Não sabia se as ameaças tinham fundamento, mas algo lhe dizia que sim. Em todo caso, não queria testar sua sorte naquele momento.

* * *


Ambos derrapavam muito pela terra, mas não perdiam tempo, levantando e voltando a correr, um para salvar a vida, o outro para se vingar.

_ Por que não para de correr e age feito homem?! – Teruo estava possesso. Já não bastava estar sujo de lama, suado e cansado, e agora começava a chover. Não queria nem pensar no fato de não ter carro, comunicação ou cigarros.

_ Prefiro ser um covarde vivo! – talvez tivesse exagerado um pouquinho, mas não ia voltar atrás agora. Mesmo porque era muito divertido tirar aqueles dois do sério.

Eles mal podiam esperar pra descobrir o problema do carro...

_ Hei! – o ruivo olhou de relance para trás, passando a mão pela cabeça e retirando um pouco do barro grudado ali.

Descobriu da pior forma que o outro guitarrista também tinha uma boa mira. Até pensou em revidar o ataque, mas se parasse um instante que fosse o mais velho iria alcançá-lo e não queria correr esse risco.

Enquanto corriam em volta da clareira, teve uma ideia louca, um pouco idiota, mas que podia dar certo. Começou a correr em círculos, aproximando-se de onde os outros três estavam, vendo Shibuya e o primo em um canto, ambos temendo outro ataque do líder, que observava atentamente a perseguição.

Torceu mentalmente para que Jack também viesse se vingar, assim poderia se livrar, ao menos em parte, da culpa pela bagunça. Continuou correndo e olhando de relance para Teruo, esperando o momento em que ele tentaria atingi-lo novamente, o que não demorou muito.

O guitarrista moreno conseguir parar e pegar uma pelota de lama bem rápido, voltando a perseguir o ruivo e mirando o ataque em suas costas.

Parando pra pensar seriamente, Takeo supôs que Teruo só não o havia alcançado ainda devido àquelas paradas. Caso contrário, já teria sido esfolado.

Mudando o percurso rapidamente, Takeo correu para o centro da clareira na direção ao líder, vendo o exato instante em que Teruo preparou-se para atingi-lo, derrapando e se abaixando pouco antes de topar com Asamura, que recebeu o ataque em seu lugar.

Ao notar o olhar psicopata de Jack, o ruivo ergueu-se rapidamente e saiu de perto dele, vendo com satisfação que Teruo havia parado de segui-lo, mas sorria divertido, prevendo o momento em que ele seria espancado.

Com muito custo, o baterista caminhou até uma poça de lama, pisando duro e respirando pesadamente, limpando o rosto novamente no caminho e parando ao chegar ao seu destino. Lançou um olhar mortal a cada um dos colegas de banda, abaixando-se e pegando um pouco de barro, abrindo um sorriso perverso ao se erguer novamente.

Teruo começou a rir baixinho, mal podendo esperar o momento em que o outro guitarrista seria atingido e teriam sua vingança. Imitou o gesto do líder e encheu as mãos de lama, sendo atingido quando pôs-se de pé.

_ HEI! – olhou para Asamura, incrédulo com o ato – Que mira horrível!

_ Mas era você mesmo que eu queria acertar! – jogou outra pelota, errando por pouco a cabeça do maior.

_ Você tem que acertar o Shiroyama! – a cada instante o mais velho ficava mais furioso e mais fora de controle.

Não que Asamura fosse normalmente racional em momentos de pressão, mas pelo visto piorava quando ele estava em uma situação de grande estresse.

_ A culpa é sua por ter me atingido! – outra pelota voou, dessa vez indo na direção do vocalista, que olhou horrorizado para as roupas.

_ Não era pra acertar você! Culpe aquele idiota por ter entrado na frente! – Teruo abaixou-se, pegando mais barro e jogando em Takeo, que dessa vez foi atingido por estar distraído com a discussão.

_ Hei, resolvam entre vocês! – Takeo afastou-se rindo. Pelo menos não ia levar a culpa sozinho.

Ou era o que espera ter conseguido com aquela distração.

_ Fica quieto, Shiroyama! Você ainda vai pagar por isso! – Jack pegou mais barro, jogando dessa vez no baixista.

_ Jackie! – Shibuya olhou para a roupa suja e para o namorado, que sorria daquele modo psicótico que lhe dava calafrios.

Takeo olhou para o baixista e para o vocalista, acenando com a cabeça e sorrindo de canto. Encheu as mãos de lamas antes de sorrir sacana e gritar:

_ GUERRA DE LAMA!

Continua...

Notas Finais:
Pessoalmente, não consigo ler algumas partes dessa fic sem ter um momento nostalgia.

Precisamos repetir esses passeios!

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