segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Chap 2 - Memories

Notas do Autor:

Água com açúcar... muita açúcar XD~
Fase melosa me faz escrever isso ae... espero que gostem o/
Boa leitura!

 

A cada dia estava mais agoniado e ansioso, sempre lançando olhares para o ruivo, que não dava sinais de ter notado que suas coisas foram reviradas. Estava mais calado que o normal e os companheiros não deixaram esse detalhe passar. Quando era questionado sobre o motivo, respondia que era efeito de novas músicas que estava compondo. Mas a desculpa não colou por muito tempo e todos notaram que algo estava errado com o vocalista.


Como namorado e amigo,Takeo fora intimado a tentar descobrir o que estava acontecendo, já que Shibuya praticamente jurava não saber de nada. Ele não queria quebrar a confiança que o primo havia depositado em si. O guitarrista esperou o intervalo do almoço para abordá-lo, aproveitando que os outros três tinham saído e teriam mais privacidade. Puxou-o para o sofá do estúdio, sentando-se frente-a-frente.

_ Koi, todos estamos preocupados com você. Aconteceu alguma coisa?

_ Não, koi. Está tudo bem. - beliscou o lábio, num ato de nervosismo, machucando mais ainda a pele fina, em contradição à sua resposta - Deve ser só paranóia minha.

_ Mas paranóia com o que? - puxou-o para perto, envolvendo-o em um abraço - Alguém te tratou mal ou aconteceu algo que você não queria?

_ Não, eu... - segurou-se para não contar o que havia feito - Tachii, posso ficar no seu apartamento esse final de semana?

_ Claro que pode. - afagou suas costas, tentando acalmá-lo - Ne... você podia ir pra lá hoje e ficar até o fim de semana, ou até mais tempo, se quiser. O que acha? Caso se sinta a vontade, você me conta o que te atormenta esses dias. Tudo bem?

_ Na sua casa eu te conto. - dediciu finalmente.

Perguntaria a Takeo apenas uma vez, se ele se negasse a contar tentaria deixar de lado, apesar de ter certeza que seria praticamente impossível, mas não ia obrigar o ruivo a falar sobre o que não queria.

* * *

Passaram no apartamento de Arata, para que ele pudesse arrumar algumas roupas e depois seguiram direto para o apartamento do guitarrista.

O vocalista continuava amuado, não falara muito quando saíram do estúdio e também não trocou muitas palavras com o namorado enquanto estavam subindo o elevador ou quando ficaram parados na porta, procurando as chaves, e isso deixava Takeo mais preocupado. Teria que descobrir o que preocupava Hayato naquela noite, antes que algum deles surtasse.

_ Pode colocar suas coisas no quarto. - apontou o corredor, mais por costume do que para indicar o caminho - Vou fazer um lanche pra gente, se quiser tomar um banho, fica a vontade. - deixou a mochila e a guitarra no sofá, rumando para a cozinha.

E mais uma vez Izumi se viu sozinho no quarto. Suspirou fundo quando passou pela cômoda, tentando ignorá-la, jogando-se direto na cama. Estava exausto, física e psicologicamente e só ficaria tranquilo quando descobrisse quem era o rapaz.

Sua preocupação até podia não ter sentido, mas preferia questionar o namorado a ficar com aquela dúvida o corroendo. Não importava que a resposta fosse idiota, ou que descobrisse que era algum parente, só queria a verdade.

Tomou um longo banho e, ignorando a própria mala, abriu o guarda-roupas do ruivo, tirando de lá uma camiseta e uma calça de moletom. Gostava do cheiro do namorado e queria algo dele consigo, como uma afirmação que ele estava ao seu lado. Abriu novamente a gaveta e retirou a foto do fundo, no mesmo lugar onde havia encontrado pela primeira vez.

Pelo visto Takeo não mexia muito por ali. Seria um bom sinal?

Encontrou o namorado terminando de arrumar uma mesa para os dois, com bolos, frutas e suco. Aquele gesto mostrava que ele o amava e cuidava de si. Por que tanto receio de perguntar sobre uma simples foto? O máximo que poderia acontecer, era o ruivo ficar magoado.

Suspirou fundo, caminhando de encontro ao maior, abraçando-o e escondendo o rosto na curva de seu pescoço. Gostou da retribuição do abraço, recebendo um beijo em seus cabelos. Sorriu minimamente, apertando o abraço e sussurrando em seu ouvido:

_ Eu preciso te perguntar uma coisa...

_ Ah... então é por minha causa que você está assim? - sorriu compreensivo, mesmo que Arata não pudesse ver - O que eu fiz?

_ Não, você não fez nada... eu que fiz... - separou-se do abraço, puxando-o para se sentarem à mesa - Eu quero te perguntar algo, mas você só responde se quiser.

_ Tudo bem, pode perguntar. - deu de ombros, tentando adivinhar onde o namorado queria chegar - O que quer saber?

Estendeu a foto, encarando-o nos olhos, tentando decifrar alguma reação, mas Takeo não deixou transparecer nada, apenas olhou para a fotografia, retribuindo o olhar de Hayato.

_ Então eram essas fotos que você queria ver aquele dia... - finalmente entendeu onde o namorado queria chegar - Esse é Mikaru.

O silêncio perdurou alguns instantes, até o guitarrista notar que Arata não perguntaria mais nada. Ele poderia passar a ficha completa ou pedi-lo para esquecer aquilo.

_ Ele foi meu primeiro namorado, quando ainda morava em Mie. Éramos do mesmo colégio e foi lá que nos conhecemos. Nós acabamos nos tornando bons amigos e depois de um tempo começamos a ficar. Levou um tempo até assumirmos o namoro, tinhamos medo do preconceito de alguns amigos, mas quem não aceitou bem foram nossos pais. Não durou muito e tivemos que nos separar.

_ Você sente saudades dele? - não queria saber a resposta, mas não conseguiu refrear a pergunta.

_ Não, mesmo porque ainda mantemos contato. - os olhos do vocalista marejaram e ele se segurou para não deixar as lágrimas cairem - Não pense besteiras, koi. O que eu quis dizer é que nós dois ainda somos amigos. Só amigos.

O clima ficou instantaneamente pesado. Hayato desviou o olhar, não conseguindo encarar o amante.

_ Eu achei que você queria toda a história, por isso te contei a verdade. Não queria que você se magoasse... - tocou seu rosto de leve, acariciando-o.

_ Eu queria saber... ainda quero. - apoiou o rosto na mão do ruivo - Posso fazer mais uma pergunta?

_ Pode sim.

_ Por que vocês terminaram?

_ O pai dele recebeu uma promoção na empresa que trabalhava e foi transferido para Kyoto, ele teve que ir embora com a família. - Hayato não precisava saber que o pai de ambos tiveram uma conversa, apontando os desagrados do relacionamento dos filhos, concordando que teriam que afastá-los de qualquer maneira - Nós dois sabíamos que namoro a distância não ia dar certo, devido às nossas personalidades, por isso nem tentamos.

_ Ele também era galinha? - esboçou um sorriso, arrancando uma careta do namoro.

_ Isso acaba com minha fama, Hayato! - sorriu de canto - A diferença era que ele conseguia ser mais sério e discreto o suficiente para passar despercebido. Nós começamos a ficar por brincadeira, não ligávamos muito de sair com qualquer pessoa, eram só rolos mesmo, coisa de adolescente. Até o momento em que decidimos nos pegar e descobrimos que gostávamos um do outro.

_ Entendo... foi assim com a gente também? Você só queria brincar comigo, não era? - mesmo ficando um pouco mais triste, estava de certa forma aliviado por tirar aquelas dúvidas.

_ No começo sim, você é sexy, bonito... não tem como não olhar pra você. Mas se você tivesse cedido às minhas cantadas, eu teria parado ali. - puxou-o para perto, colocando-o em seu colo - Eu corri tanto atrás de você, que chegou um ponto que percebi o quanto havia se tornado especial, eu quis ter você do meu lado.

_ Você voltaria com ele... se tivesse oportunidade?

_ Não. Eu tenho você agora. E pra mim é mais que suficiente. - ficou em silêncio, apenas abrançando-o apertado, pousando a cabeça sobre a sua - Qualquer dia eu te apresento ele, quando formos em Kyoto, se você quiser claro. Vai perceber que esse ciúme não tem sentido.

Hayato concordou com um aceno, aconchegando-se e passando os braços por seu pescoço, abraçando-o mais apertado e apoiando o rosto contra seu peito, ouvindo seu coração batendo tranquilo. Suspirou fundo, fechando os olhos. Havia saciado a curiosidade, estava um pouco triste, mas sabia que tinha o ruivo ao seu lado. Não iam ser incomodados por algo do passado.

_ Agora eu quero te perguntar algo... - Takeo afagava suas costas, abrindo um sorriso divertido. Recebeu um murmúrio de concordância, rindo um pouco mais e continuando - Por que mexeu nas minhas coisas?

O vocalista congelou no lugar, ficando extremamente vermelho e sem palavras. Encolheu-se no abraço, pensando no que responder.

_ Bom... você me deixou curioso aquele dia... fechando a gaveta correndo... não me deixando ver o que estava mexendo... eu não aguentei. - sorriu encabulado, virando o rosto para encarar o amante, esperando ver algum sinal de reprovação.

_ Você sabe que teria evitado esse desespero todo se tivesse me perguntado antes, não sabe? - apertou sua bochecha, sorrindo maroto - Eu não tenho motivos para esconder isso de você, koi. Tem que confiar mais em mim.

_ Da próxima vez eu pergunto!

E ainda sentado sobre o colo do ruivo, sentindo que um peso enorme fora tirado de suas costas, começou a servir o lanche para os dois, lançando olhares para Takeo e sorrindo internamente. Haviam dado mais um passo no relacionamento e sabia que o ruivo confiava em si, pois contara de seu passado. As coisas poderiam caminhar tranquilamente, até que a curiosidade de Hayato fosse novamente despertada.

 

FIM

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