Nota by Ka-chan: Minha vingança é sempre maligna. Buahauahuahsu. E infalivel! XD PS: Provoquem mais, eu realmente adorei escrever isso! S2
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Capítulo 1
O micro-ônibus seguia pelo trânsito de Tokyo rapidamente, devido ao horário. Mas mesmo assim, o veículo incomum chamava atenção e alguns pedestres apontavam. O branco da carroceria fora totalmente coberto pela panfletagem. De um lado fotos do guitarrista base, baixista e baterista. Do outro lado o guitarrista solo e o vocalista.
P”Saiko. A banda que atualmente tinha dois singles no ranking de mais vendidos da Oricon.
Dentro do micro-ônibus três integrantes escalados para uma tarefa simples. A tradição dizia que em 14 de março os meninos deviam retribuir os chocolates que haviam ganhado das meninas. E os músicos tinham recebido muito chocolate das fãs.
Por isso, numa jogada de puro marketing, iriam divulgar o lançamento do novo single justamente no dia 14 de março, além de distribuir doces entre os presentes, numa forma de retribuir o carinho recebido.
A banda estava dividida, pois dois integrantes iriam representá-los num programa de rádio. Com o sucesso crescente os compromissos eram cada vez maiores.
Dentro do veículo o clima era tranqüilo. Não fariam nada muito diferente da rotina.
– Aposto que os fãs estão lá há horas – Takeo, guitarrista base, sorriu. Seu acento muito reclinado o deixava bem relaxado, sem se preocupar em amassar a roupa: uma camisa social branca, com as mangas dobradas até a altura dos cotovelos e os primeiros botões abertos, por onde se vislumbrava uma parte do tórax alvo e um cordão de prata, calça justa de couro preto e sapatos pretos. Um visual sério em contraste com os fios ruivos indolentes que ostentavam um chapéu preto com uma tarja branca.
Ainda podia se lembrar das palavras de G-san, o estilista da banda, ao explicar o porquê daqueles trajes: “Takeo-san é o preto e o branco, cores que representam uma pessoa que nunca encontrou o amor em sua vida e não sabe como é viver os tons quentes da paixão.”
– A dedicação deles me surpreende às vezes – Teruo tragou o cigarro e prendeu a fumaça nos pulmões antes de soprá-la pela janela um tanto aberta. Ele vestia uma camisa social meia-estação cinza, calça num tom de chumbo e um colete cinza bem claro com listrinhas verticais brancas. Seu sapato social era preto lustroso com detalhes metálicos dos lados. Os cabelos negros carregavam uma boina italiana xadrez cinzento. Num dos pulsos um relógio prateado e no outro uma pulseira de ouro envelhecido.
Para aquela combinação G-san também tinha uma explicação: “Teruo-san será o homem que encontrou o amor em sua vida e o perdeu. Os tons se misturaram e foram embora, levando todas as cores alegres, toda a felicidade.”.
– Não! Gastei a última vida! – Shibuya reclamou para o mini-game fazendo os companheiros de banda rolarem os olhos, compreendendo que ele não estivera acompanhando a conversa.
As roupas do baixista eram igualmente temáticas: regata e bermuda vermelhas, boné vermelho virado para trás, deixando que alguns fios da franja escapassem pela presilha e munhequeiras pretas. Converse e meias curtas, ambos em preto.
“Ikeuchi-kun será a paixão intensa dos corações enamorados,”, Gensuke dissera. Então apontara as munhequeiras e os tênis e completara: “Algo de dark, porque nem mesmo o amor é perfeito e feliz o tempo todo.”
Alguns staffs acompanhavam a banda para dar suporte no que fosse preciso. Um dos responsáveis virou-se no acento e acenou de leve com a cabeça para Teruo, responsável pelo grupo na ausência do ridaa.
– Teruo-san, avisaram que o concurso está na reta final. Vão esperar que a P”Saiko chegue para as três últimas rodadas.
– Concurso? – o guitarrista estranhou, tirando o cigarro da boca e o esmagando no cinzeiro preso ao suporte – Que concurso?
O rapaz leu sua prancheta rapidamente, querendo obter alguma informação enquanto tentava se equilibrar no veículo em movimento.
– Não tenho mais detalhes aqui. Gomen nasai. Quando chegarmos lá tiraremos todas as dúvidas – e se afastou voltando a falar no aparelho celular.
Takeo endireitou o acento. Ele estava imediatamente ao lado de Yuura, mas na fileira de poltronas do lado do motorista. Jin ajoelhou-se sobre o próprio assento e cruzou os braços em cima do encosto de modo a olhar Takeo que estava atrás de si, o game-boy esquecido na mão.
– Concurso? Algum tipo de concurso musical? – o otaku arriscou olhando de um guitarrista para o outro.
– Dificilmente – foi Teruo que respondeu – Isso cheira a jogada de marketing. Não é tão incomum na PSC como tenho percebido.
– Hn. Agora que você mencionou, – Takeo ficou pensativo – vivem pregando peças nas bandas. Aqueles pobres novatos da ViViD... – o ruivo não parecia sentir pena de verdade.
– Então é por isso que nos fizeram trazer os instrumentos? Mandar o Jack com a bateria seria complicado... se pensarem bem somos os três que tocam instrumentos de corda.
Teruo e Takeo concordaram com o que Jin tinha dito. Se bem que o ruivo tinha outra teoria sobre aquela divisão: Arata e Jack deram chocolates no dia 14 de fevereiro, como asgarotas faziam. Agora, dia 14 de março, os meninos iam retribuir...
Claro que era uma teoria pra zuar a cara dos dois colegas, e ele não ia dizer aquilo para o Jack. Ou talvez... insinuasse algo para Ikeuchi, pra que ele fosse comentar com o líder da P”Saiko e correr os riscos de despertar a fúria do baterista.
Mas por hora deviam se preocupar com o que teriam que enfrentar.
– Se for um concurso de guitarras... talvez me coloquem contra Shiroyama. E Ikeuchi como second sound pra acompanhar.
– Faz sentido – o ruivo jogou-se contra o acento cuidando para que o chapéu não caísse – E nesse caso você vai levar uma surra, Teruo.
O moreno ergueu uma sobrancelha e não respondeu, voltando a acender um cigarro. Jin religou o jogo e entreteu-se, ainda ajoelhado sobre o assento.
O micro-ônibus rapidamente chegou ao ginásio de eventos, lugar geralmente usado pelos artistas da PSC para lives e interações com os fãs. O espaço era amplo, arejado, havia um grande campo rodeando um palco circular. Era a céu aberto, mas o dia prometia ser lindo, logo não se preocupavam com chuva.
Assim que passaram pelos portões uma algazarra os recebeu.
– Parece que tem mais gente do que eu esperava – Teruo suspirou. Ele ainda não se acostumara com a merecida fama.
– E olha que a banda nem está completa! – Takeo soou empolgado.
Então o mesmo staff voltou para falar com eles.
– Já tenho todas as coordenadas. Haverá três provas físicas e um quiz. Vocês participarão também. Já foram escolhidos cinqüenta fãs e vamos reduzir esse número até três vencedores.
– Eles vão ganhar prêmios? – Teruo interrogou.
– Hai. Barras de chocolates, cestas especiais, singles, moletons da turnê e... os três campeões passarão o resto do dia com vocês.
Ao ouvir a última parte os rapazes exclamaram surpresos. Não esperavam algo daquele tipo.
– Passar o dia com a gente?! – Shibuya sussurrou.
– Eu não estava sabendo nada disso! – Takeo resmungou.
– Isso é PSCompany, amigos – o staff soou indiferente, rabiscando algo na prancheta enquanto o micro-ônibus estacionava junto ao palco.
Os três P”Saiko se entreolharam. O que fazer? Era tarde demais para voltar atrás. E, já que estavam ali mesmo, por que não seguir a diante com a brincadeira e presentear os fãs fieis com aquele agrado?
Foi debaixo de uma algazarra e vários flashes que saltaram do veículo e tomaram lugar no palco. Os fãs vibravam, gritavam, alguns choravam. Principalmente os vindos de longe só para aquela ocasião. Para agradecer a acolhida Teruo, Takeo e Shibuya acenaram para todos.
O que chamou a atenção foi que entre o palco e os fãs havia uma espécie de área VIP separada dos demais por um cercado de metal e vários seguranças que impediam caso um fã mais afoito tentasse pular.
Nessa área separada havia um grupo de mais ou menos cinqüenta pessoas parecendo muito nervosas, ansiosas.
No resto do espaço estavam distribuídos dez cavaletes horizontais de mais ou menos um metro e meio de altura com bastões em formato de cotonete gigante encostados a eles. O chão ao redor fora coberto com um alcochoado de ar.
Não houve tempo hábil de perguntar o que estava programado. Um rapaz free lancer, que às vezes comandava as apresentações das bandas PSC, surgiu no meio do palco com um microfone nas mãos e tomou as rédeas do evento. Ele era de estatura mediana, meio rechonchudo, mas não chegava a ser gordo. Os cabelos eram curtos e tingidos de loiro.
– Booooooom dia, fãs da P”Saiko! – saudou e aguardou resposta – Isso está muito fraco! Cadê a energia, minna! BOOM DIIIIAAA!!
Dessa vez a resposta veio com força total, a multidão toda gritando animada.
– Agora eu gostei! Aqui estão três membros da banda que vocês adoram. Queiram dizer olá, por favor! – um staff entrou correndo enquanto ele ia falando e entregou microfones para os músicos.
– Olá, minna. Eu sou Teruo, guitarrista. Obrigado pelo suporte de vocês.
As fãs gritaram e aplaudiram entusiasmadas.
– Yoo, minna! Guitarrista Takeo se apresentando! Obrigado por estarem aqui dividindo o amor de vocês com a nossa banda!
Mais uma salva de palmas, gritos e lágrimas da audiência.
– Baixista Shibuya desu! Arigatou ne! – e Jin reverenciou de leve.
Também recebeu uma ovação emocionada.
– Então, Teruo-san, Takeo-san e Shibyua-san... sabem por que estão aqui hoje?
– Ano ne, viemos agradecer pelo dia de São Valentim – Takeo respondeu enquanto acenava para um grupo de fãs.
– Exato! E para alguns fãs sortudos o agradecimento será muito especial!
– Especial para nós também – o guitarrista moreno completou.
– Mas não é tão fácil! Para ter o grande prêmio os fãs têm que mostrar que merecem. Por isso vamos realizar várias provas de muita dificuldade. A primeira delas... ano... Teruo-san e Takeo-san podem ajudar com a demonstração?
Os guitarristas se olharam rapidamente e concordaram.
– Claro! – foi o ruivo quem verbalizou.
– Venham comigo! – e o apresentador desceu a escada lateral para a área VIP, sendo seguido pelos dois P”Saiko. Jin ficou no palco, sentando-se sobre uma das caixas de som. Percebeu os staffs correndo com os instrumentos ligando os fios.
No gramado houve um alvoroço dos expectadores ao verem os ídolos mais pertinho. Apesar disso o apresentador aproximou-se de um cavalete e explicou o que teria de ser feito.
– Teruo-san e Takeo-san vão subir nessa “arena” e lutar pela vida! Aquele que cair primeiro está desclassificado. Deeeeeeeeeemo para vencer é preciso ficar em pé e se equilibrar. Se ambos caírem, ambos se desclassificam. Entenderam?
O moreno segurou um resmungo enquanto Takeo sorria largo.
– Feito!
– Greaaat! A postos – instruiu e esperou que os guitarristas subissem no cavalete e se armassem com os cotonetes de ponta de algodão – ATACAR!!
Não era fácil se equilibrar no cavalete estreito. Os dois companheiros de banda se observaram por um segundo, com os fãs se dividindo para torcer. Takeo resolveu o impasse atacando. Teruo desviou e acertou a arma do ruivo que se desequilibrou, mas não caiu. Ambos riram.
O moreno fez que ia acertar a cabeça do outro e mudou a direção no último segundo. Takeo que esperava algo assim aparou o golpe empurrando o bastão do mais velho para longe e encaixando-lhe uma “cotonetada” na barriga. O moreno soltou a arma e abriu os braços tentando se equilibrar. Foi em vão.
Yuura caiu sentado no chão forrado com um macio alcochoado cheio de ar.
Os fãs foram ao delírio.
– Temos nosso primeiro vencedor! Takeo-san!!
Nova onda de gritos e palmas.
– Agora é a vez dos fãs! – apontou os cinqüenta selecionados – Enquanto eles lutam nós nos deleitamos ao som da P”Saiko! Vamos lá, minna!
Teruo e Takeo voltaram para o palco e receberam as guitarras. Jin também pegou o contra-baixo. Eles testaram as cordas que estavam com a afinação ideal e começaram uma versão karaokê de “Sorrow”, enquanto os fãs iam sendo organizados em filas, para subir nos cavaletes e lutar pela chance de estar frente a frente com os amados ídolos.
A competição finalizou-se antes da música acabar. Fãs caiam com facilidade ao longo dos dez cavaletes. Alguns se levantavam chorando inconformados e eram conduzidos para fora da área VIP.
Todos esperavam a performance dos três rapazes acabar. Eles foram aplaudidos amplamente e só então o apresentador retomou a palavra.
– Muito bem!!! – começou a dizer. Enquanto isso staffs surgiram de trás dos bastidores e foram retirando os cavaletes, bastões e colchonetes. Logo três máquinas eram colocadas naquele local gramado – Os desclassificados receberão uma super barra de chocolate como prêmio de consolação!
Mostrou um grande coração de chocolate com um “P” confeitado no meio. Entregou para um staff e fez um gesto chamando Teruo, Takeo e Jin.
– Continuando a diversão – apontou as máquinas eletrônicas. Longos fios as conectava à uma fonte de energia oriunda do palco – Um teste ainda mais difícil. Creio que todos já conhecem o jogo da memória! Por favor, Teruo-san, Takeo-san e Shibuya-san. Aquele que conseguir a seqüência mais longa de cores será o campeão!
Cada um dos três se posicionou a frente da máquina. O painel touchscreen exibia nove cores diferentes dispostas em fileiras de 3x3. A instrução era muito simples. Uma cor piscava, a pessoa tinha que tocar aquela cor. A cada rodada uma nova cor aleatória piscava e aumentava a seqüência. O jogador precisava ir memorizando as cores na ordem certa para repetir a seqüência cada vez maior. Tocar a cor errada significava eliminação.
– Prontos?! – perguntou e quando os músicos concordaram ele deu o sinal – Boa sorte e Start!
As luzes começaram a piscar.
Vermelho.
Vermelho amarelo.
Vermelho amarelo preto.
Vermelho amarelo preto amarelo.
Vermelho amarelo preto amarelo cinza.
Vermelho amarelo preto amarelo cinza cinza.
A máquina de Teruo apitou alto. O moreno errara a combinação. Takeo e Shibuya continuaram.
A batalha ia fervorosa quando, na décima segunda rodada, a máquina de Takeo apitou.
Vermelho amarelo preto amarelo cinza cinza azul vermelho preto branco cinza amarelo.
O ruivo errara a última seqüência. Shibuya lançou um olhar para o apresentador querendo saber se devia continuar com a seqüência, porém o homem conhecia a fama do otaku. Não ia prolongar por muito tempo, vai saber quando o baixista erraria uma cor, sendo viciado nesses jogos eletrônicos.
– YOSHI! O grande vencedor dessa rodada é Shibuya-san! – silenciou por causa dos aplausos ensurdecedores – Agora os fãs guerreiros também enfrentarão o desafio. Dos vinte que chegaram até aqui somente os dez com melhor memória passarão!
Pela segunda vez os integrantes da P”Saiko voltaram ao palco e receberam os instrumentos. Tocariam ao vivo enquanto os fãs jogavam lutando por uma vaga na fase seguinte.
Foi preciso três músicas para que todos tivessem a chance de jogar. Eles tocaram sucessos como “Crying Rain”, “Crazy For You” e “Oshougatsu”. Antes de começar a quarta música a competição terminou.
– Que linda batalha! – o apresentador gritou quando a última máquina apitou e os aplausos à performance da P”Saiko terminou – Por favor, toquem mais uma música enquanto organizamos a próxima prova!
Teruo tomou a frente, dedilhou as notas de “Guilty”. Takeo tomou a deixa, aproximou-se da beira do palco e incentivou os fãs a cantarem a melodia que era uma das mais famosas da banda. Logo o contra-baixo de Shibuya acompanhava as duas guitarras.
Os fãs cantaram lindamente enquanto os staffs entregavam barras de chocolate para os perdedores e os encaminhavam para fora da área VIP.
Logo dez conjuntos de mesa e cadeira foram trazidos e colocados lado a lado. Em cima da mesa vasilhas redondas de vidro cheias do que parecia biscoito de água e sal.
Ao fim da quarta música, durante a comemoração da platéia, o apresentador os chamou de volta ao gramado.
– A terceira prova exige mais do físico. Sentem-se onegai. É tudo muito simples: quem comer mais desses biscoitos em noventa segundos será o campeão! Não pode desperdiçar nem mesmo um farelinho!
Os três olharam os biscoitos. Engolir aquilo a seco seria mesmo um desafio.
– Prontos? – esperou a concordância e apertou um cronômetro que alguém lhe entregara – COMEÇAR!!
Takeo e Shibuya atacaram as bolachas, tentando mastigar e engolir o máximo possível. Teruo olhou aquilo e fez uma careta. Começou a comer sem pressa alguma. Já tinha perdido todas até o momento mesmo.
Então o rosto de Shibuya ficou vermelho e ele começou a dar soquinhos no peito, engasgado. Dois staffs vieram socorrê-lo e ajudá-lo a se desengasgar. Agoniado levantou-se da cadeira e desistiu da prova, aceitando a água gelada que lhe ofereciam.
Takeo aproveitou a deixa. Continuou comendo ferozmente. Mas um farelo desceu errado na garganta e ele tossiu, cuspindo a bolacha que estava na boca pra todo quanto foi lado, ato que lhe valeu uma desclassificação
Teruo, que tinha comido apenas dois biscoitos, foi considerado o grande campeão daquela prova.
– Agora é a vez dos fãs! Dos dez restantes tiraremos cinco para a prova final! – o apresentador não perdia o animo, e conduzia bem o público. Para aquele teste os staffs liberaram um playback da banda. Teruo, Takeo e Jin receberam cadeiras para assistir os fãs devorando as bolachas.
Foi uma cena engraçada. Alguns, no desespero de vencer, se engasgaram e foram desclassificados. Esses recebiam o chocolate em formato de coração e eram conduzidos para fora do espaço VIP.
Por mais que tentassem evitar, era impossível não rir das caras e bocas que as pessoas faziam, desesperadas para não tossir o biscoito ou não engasgar.
Ao final de noventa segundos já tinham os cinco finalistas. Com certeza merecedores de seguir a diante.
– Comigo P”Saiko-san – o rapaz que comandava o evento os convidou de volta ao palco. Os três se sentaram em confortáveis cadeiras para assistir ao momento das perguntas e respostas. Takeo sentou-se numa ponta, Teruo na outra e Shibuya no meio. A frente deles, afastados uns seis metros, estavam cinco estruturas de madeira compensada atrás das quais os competidores finalistas foram posicionados – Atenção, minna. Esperem a pergunta ser feita por completo. Depois disso quem apertar a campainha primeiro ganha o direito de responder. Se acertar ganha dez pontos. Se errar não ganha ponto, mas também não perde e passamos para a próxima questão. Peço a platéia que acompanhe em silêncio para não prejudicar ninguém. Os cinco irão receber uma cesta especial de chocolates e o moletom oficial da turnê nacional. Os três que pontuarem mais alto, além disso, irão ganhar um single "Cupid no Baka" autografado pelos cinco integrantes da banda e a oportunidade de passar o resto do dia com Teruo-san, Takeo-san ou Shibuya-san!!!
Ao final da frase todos os expectadores explodiram em palmas e gritos emocionados. Não podiam conter a inveja que sentiam daqueles cinco sortudos. Havia também a esperança de que algo assim acontecesse novamente e eles tivessem também sua oportunidade de conhecer os ídolos tão de pertinho.
A P”Saiko era de longe a banda mais próxima aos fãs, sempre os tratando de forma atenciosa, respeitosa, dando chances de conhecê-los assim. Quem sabe um evento semelhante não se repetisse...?
No palco reinava certo nervosismo. A concentração daqueles cinco era absoluta. Eles chegaram perto demais para não dar tudo de si. Perder era algo impensável.
– Atenção, minna. Vamos começar! – o apresentador exclamou quando recebeu um jogo de fichinhas onde estavam digitadas as perguntas.
E a batalha de conhecimento teve início.
“Quando a banda se formou?”
“Qual o perfume preferido de Teruo-san?”
“Quanto calça Arata-san?”
“Qual o bichinho de estimação de Jack-san?”
“Com quantos anos Takeo-san começou a tocar?”
“Quantos anos Arata-san tinha ao se juntar a banda?”
“Por que batizaram a banda de ‘P”Saiko?’ ”
“Qual a marca de cigarros de Jack-san?”
“Em que banda Teruo-san tocou antes de se juntar a P”Saiko”?
“Como é a cueca da sorte de Shibuya-san?”
Nesse ponto Jin inclinou-se na direção do guitarrista ruivo.
– Desde quando eu tenho uma cueca da sorte, Tachii? – sussurrou fazendo o companheiro de banda rir.
– E como é que eu vou saber? – ele respondeu divertido.
– Tenso é que a guria ali acertou – Teruo sussurrou do seu canto, fazendo os outros dois prestarem atenção no jogo.
A rodada de perguntas seguiu em frente, com questões às vezes bem surpreendentes. A tensão aumentava. A briga entre os cinco era acirrada, apesar de uma das garotas se destacar de longe em rapidez e nível de acertos. Ela não errara nenhuma!
Então o apresentador respirou fundo, abaixou as fichinhas e fez um amplo gesto com as mãos.
– Muito bem, minna. Foi um momento divertido e inesquecível para todos nós. Domo arigatou!! Domo arigatou, P”Saiko san por sua disposição em oferecer esse presente a todos os fãs. O resultado está sendo computado, – afirmou e em seguida um staff correu até ele com uma nova ficha – e será anunciado agora. Com vocês os nomes dos três campeões do dia...
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