sábado, 21 de janeiro de 2012

Capitulo 4

Notas Iniciais:
E os chibis continuam a aprontar!
Boa leitura! ^^

_ Jin, se ela não pode ajudar, vamos ter que procurar quem possa. Precisamos de alguém pra ensinar como lidar com esses dois! – Arata estava determinado a tornar essas duas semanas mais fáceis.

* * *

_ O Tarou era uma peste! Tinha que manter amarrado pra não sair aprontando! – contou Yuuto, irmão mais velho de Ryuutarou, quando Shibuya ligou perguntando como era o namorado na adolescência – Ele era bem mais sorridente, mais feliz, sabe? Mas não podia se deixar enganar pelo sorriso bochechudo.

_ Alimente três vezes ao dia e leve pra passear amarrado na coleira! – zoou Yuu, irmão mais velho de Takeo – Esse era o lema pra sobreviver perto dele. Ah! E nunca, em hipótese alguma, deixe que ele exagere nos doces, senão ninguém consegue controlar aquela hiperatividade.

_ Mas ele era mais sério? – questionou Hayato – Do tipo que fala pouco e só responde o que perguntam diretamente a ele?

_ O Takeo? Nunca! Ele sempre foi muito brincalhão, com resposta afiada na ponta da língua! – mas logo ele ficou um instante em silêncio na linha – Olha, o Tak-kun só ficava sério perto do nosso pai, mas o velho vivia brigando e chantageando ele, então era normal ficar meio ressabiado.

Então era ali que estava errando! Desde que o ruivo voltara a ser adolescente, a única coisa que fizera fora brigar com ele. E mesmo sem entender o motivo de levar sermão, Takeo sabia que era melhor se afastar.

_ Uma boa solução pra mantê-lo na linha era oferecer sorvete. – continuou Yuuto – Ele vira um anjinho na frente do pote cheio com o creme gelado.

_ Ele gostava de parques de diversões. Sempre ia nos brinquedos mais radicais – contou Yuu – Era um bom lugar pra levá-lo quando estava chateado por levar bronca.

_ Dormia em qualquer canto, qualquer lugar mesmo, e a qualquer hora! – relembrou o irmão do tradutor – Muitas vezes já pensamos que ele tinha desmaiado, porque ele dormia demais!

_ E por que ele ficou tão sério? – Jin nunca perguntou isso a Jack porque não sabia que o namorado era tão diferente na infância – Aconteceu alguma coisa com ele?

_ Não sei se devi te contar isso Ikeuchi... o Tarou gostava de alguém... e o rapaz morreu pouco depois que começaram a namorar. Depois disso ele saiu daqui de Kyoto e decidiu viver sozinho. Eu achei que ele nunca fosse superar a perda...

_ Mas se o Takeo não gostava que brigassem com ele e ficava chateado por muito tempo, quando foi que parou de se importar com isso? Porque a gente já discutiu algumas vezes, mas depois é como se ele esquecesse, logo volta com as piadinhas e tudo mais...

_ Bom, ele amadureceu, não é? Não dá pra ficar chateado por qualquer coisa que a gente escuta. E como ele gosta de você, ele não vai levar a sério o que vocês falam quando estão com raiva, senão iriam se machucar demais.

_ Ah... um detalhe que aconteceu com o Tarou foi quando ele tinha uns 11 anos... quando a mamãe morreu, ele foi viver com a vovó. Como sempre gostou de usar cabelo comprido, ela começou a vesti-lo como menina!

Roupa de menina? Nunca ia imaginar que seu Jackie gostava daquilo!

_ Mas, Ikeuchi... – Yuuto pareceu um pouco ressabiado – Por que quer saber isso tudo? Podia perguntar direto pro meu irmão... – não era segredo que não gostava muito do dublador, mas se o irmão gostava e era feliz com ele, só podia aceitar e tentar tratá-lo bem.

_ Ah, nada! Eu... queria fazer uma surpresa pro Jackie! Até! – e desligou o telefone rapidamente, antes que o mais velho fizesse mais perguntas que complicariam sua vida.

* * *

Era informação demais para um dia só, mas agora Izumi e Ikeuchi sabiam, ou pensavam que sabiam como lidar com os adolescentes. Cuidar daqueles dois era mais perigoso que pisar em campo minado e mais insano que missão suicida.

Não tinham certeza se sentiam pena da mãe de Takeo e da avó de Ryuutarou ou se as veneravam por serem tão fortes!

Pelo menos conseguiram algumas informações valiosas com os irmãos dos garotos e tiveram sorte por eles não perguntarem o motivo de tanta curiosidade. Agora só precisavam saber como colocar isso em prática.

Shibuya podia amansar Jack com sorvete, nada muito diferente do que acontecia com o rapaz quando era adulto. Não era segredo pra ninguém o amor dele pelo doce. Mas só por aquele doce.

Arata devia controlar os nervos e tentar uma aproximação cuidadosa com o ruivo, pois ele era muito desconfiado. E depois do começo conturbado, precisaria de muito tato.

Com certeza, uma missão suicida era mais fácil...

* * *

Já era quase hora do almoço quando Ryuutarou finalmente se levantou, mas Jin notou pela sua cara de sono que teria dormido mais se não fosse a fome.

_ Eu quero café da manhã. – pediu manhoso assim que chegou à cozinha, sentando-se de frente para Shibuya, observando seus passos pela cozinha.

_ Eu já estou fazendo o almoço, Jackie. Daqui a pouco a gente come.

_ Mas eu quero comer agora... – ignorou o apelido, pois notou que não adiantava pedir para o adulto chamá-lo pelo nome.

Ikeuchi não devia ter se virado para encará-lo novamente. Asamura piscava os olhos pedintes, um sorriso fofo deixando suas covinhas à vista e o rosto estava apoiado nos braços cruzados sobre a mesa.

Completamente fofo e apertável!

Ignorando o conselho de Yuuto, ele cedeu ao sorriso. E Ryuutarou notou que funcionava bem. O resto do dia foi uma secessão de pedidos, sorriso e pedidos atendidos.

Ou quase todos...

_ Você trabalha, Ikeuchi-san?

_ Sim, sou dublador. Trabalho nisso faz muitos anos. – contou o otaku, vendo que Ryuu-chan pareceu gostar da profissão, sentindo-se orgulhoso por isso.

_ Imita o Mickey. – pediu o menor.

_ Mas não sou eu que faço a voz dele... – ainda tentou argumentar, mas aqueles olhinhos pidões o encaravam tão fixamente que ele arriscou uma imitação.

Foi um fiasco.

_ Imita o Sandman. – pediu mais um.

Ikeuchi conhecia o personagem, mas também não fazia a voz dele, fato que não interessava a Ryuutarou.

Outro fracasso. O menor torceu o nariz, fazendo uma careta.

Novo pedido. Outra imitação ruim. E não adiantava falar que era dublador de um personagem ou outro, Asamura não gostava daqueles. Tentou até voz de mulher, o que arrancou algumas risadas do menor, mas continuava muito ruim.

E foi assim o dia todo. Quando não estava dormindo pelos cantos, Ryuutarou estava andando atrás de Jin, pedindo outras imitações e reclamando do quanto ele era ruim naquilo.

* * *

_ Você gosta de ler? – Hayato sentou-se à frente do ruivo, que tinha um pequeno livro em mãos, tentando por em prática as dicas dadas por Yuu, arriscando uma conversa amigável.

_ Uhum... – murmurou sem interesse, mais concentrado em sua leitura.

_ E o que você está lendo? – sorriu para o menor, mesmo que ele não o encarasse.

_ Manga.

_ Não sabia que gostava de mangas! O primo também gosta muito! Tem várias coleções no apartamento dele.

_ Eu sei... peguei esse aquele dia que fomos no apartamento dele... estava no banheiro...

No... banheiro? Não! Aquilo não era o que ele estava pensando!

_ Você está lendo hentai?! – levantou-se de um pulo, avançando contra o rapaz e tomando o exemplar de suas mãos, confirmando sua suspeita – Você não tem idade pra ler isso, Takeo!

_ Não estava lendo... só olhando as imagens...

O staff corou fortemente. Como ele falava assim, como se fosse algo cotidiano? Bom, se fosse o ruivo pervertido e mais velho de antes ele entenderia, mas aquele garoto a sua frente era muito novo pra isso!

_ Mesmo assim! Isso é pra maiores de 18!

_ Mas eu tenho 18! – o ruivo cruzou os braços, encarando-o seriamente.

_ Claro que tem... – Arata, entretanto, nem pestanejou. Estava se acostumando com aquelas afrontas. Pousou as mãos na cintura e ficou aguardando que o outro se cansasse, o que não demorou muito.

_ Tudo bem, tenho 16. – descruzou os braços, estendendo a mão – Pode me devolver agora?

_ Não! – olhou-o incrédulo – Você precisa ler algo voltado pra sua idade!

_ Então pode devolver o manga? Porque estou na fase da curiosidade sexual, hormônios, testosterona... Quer melhor que hentai pra entender isso?

Arata ainda tentou abrir a boca para argumentar, mas não sabia o que dizer. Olhou para o manga em suas mãos e para o adolescente a sua frente, suspirando fundo antes de apontar para o corredor:

_ Vai lavar as mãos... eu não confio nesses mangas do primo...

* * *

_ Primo, eu não aguento mais! – Shibuya confessou por telefone, mais tarde naquele mesmo dia – Ele não para de me seguir! Parece uma sombra! E fica pedindo pra imitar personagens toda hora! O sorriso nem parece fofo agora! Parece de psicopata!

_ Ah, não deve ser tão ruim, Jin. Pelo menos o Ryuu conversa com você...

Hayato nem gostava de lembrar o dia que passara com o ruivo. Ou melhor, que não passara. Takeo ficava andando pelos cantos, mal resmungando quando lhe perguntava algo e raramente ficavam juntos no mesmo cômodo por mais que cinco minutos.

_ Mas ele está me deixando louco! O jeito que ele me olha... – só de imaginar sentiu um arrepio subir por suas costas. Olhou ao redor, procurando pelo menor, suspirando ao não encontrá-lo – O que eu faço?

_ As coisas aqui também não estão fáceis... Já sei! Eu e o Tachii podemos passar a noite no seu apartamento? Assim ele e o Ryuu ficam juntos e se distraem e a gente reveza pra cuidar deles!

_ Ótimo! Podem vir!

Sozinhos eles eram difíceis de lidar, mas juntos, a ideia de apenas um apartamento ser destruído era mais... acolhedora.

 

Continua…

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