sábado, 5 de novembro de 2011

Let’s Talk About Love [cap.único]

Notas Iniciais:
Fic bobinha, porque né, eu to cansada e queria espairecer. E eles nunca brigaram sério.

Capítulo Único

A bem da verdade, nenhum deles sabia como aquilo havia começado, para início de tudo. Era para ser uma tarde de sábado feliz, passada ao lado de quem se ama.

Jin olhou para seu sunddae de chocolate com morangos, ouvindo qualquer coisa que Humiko san falava animada, apenas aquiescendo com a cabeça, mesmo que seus pensamentos estivessem bem longe dali.Como ele poderia estar apaixonado por alguém tão rude e tão intratável como Jack?

Suspirou, mechendo a massa disforme com a colher, apoiando o rosto em uma das mãos.

-Shibuya kun... está tudo bem? - a mulher solícita perguntou, segurando a mão do garoto que tinha como um filho, vendo-o sorrir.

-Hm. Eu só... estou apaixonado. - murmurou baixo, vendo o sorriso que se abria nos lábios pintados com um batom lilás, a mulher recomeçando a falar animada.

-E como ela é, Shibuya kun? Ela é tão doce quanto você? - por um momento o otaku se viu sem palavras. Mordeu os lábios, voltando a encarar seu sorvete.

-Ele é um crítico, cético. Ele é um cara dramático e um mentiroso de primeira classe. - o moreno sentiu um gosto amargo, apesar do doce que comia - Mas eu não o trocaria.

Humiko san deu um sorriso triste.

Ele é atraente, mas amargo.

O baterista espancava o instrumento com força. Queria relaxar, mas estavam em época de shows, ele não poderia simplesmente encher a cara, se embebedar até esquecer o próprio nome e o do namorado.

Mas ele queria esquecer a forma como gritou com o mesmo, fazendo Jin chorar.

Era tudo sua culpa. Era ele o ciumento, era ele quem perdia a paciência facilmente. Principalmente pelos motivos mais bestas, como o daquela vez. Mordeu os lábios, jogando as baquetas longe e levantando-se, pegando as próprias coisas, saindo do estúdio em direção a... a algum lugar.

Ele havia sido tão burro, tão intransigente, brigando com Jin pelo ciúme que sentia de Arata, esquecendo que o vocalista era a família do namorado. "Mas eu não sou tão próximo assim dele." pensou amargurado, sorrindo triste, fazendo questão de engolir o bolo que se formava em sua garganta.

Foi quando parou na frente do apartamento de Jin.

Sentia como se pudesse morrer, resolvendo entrar e esperar pelo baixista. Retirou os sapatos e foi até o quarto, ligando o som, deitando-se na cama, abraçando o travesseiro azul com desenhos infantis.

Por que tudo tinha que dar errado sempre?

Você gritou o bastante para fazê-lo chorar?

Jin havia deixado Humiko san na cafeteria, murmurando qualquer coisa sobre ir ensaiar. Uma mentira deslavada, afinal, ele sabia que o mais novo estaria no estúdio, ensaiando até os pulsos começarem a inchar e doer, esquecendo-se de comer e de tomar água. Sentiu o coração apertar, mas estava magoado demais com o líder.

Como Jack poderia ter insinuado aquele tipo de coisas? "Você simplesmente me dá as costas por ele. Se você acha que eu não valho seu tempo, então não volte para mim" ele disse. Shibuya puxou um pouco a franja. Como seu namorado podia pensar aquele tipo de coisa?

Não havia provado, vezes suficientes, que amava o moreninho do jeito que ele era? Não lhe fazia todas as vontades? Não estava, a despeito de toda sua curiosidade e vontade, esperando o tempo certo para fazê-lo seu?

Ele é um garoto mau, sempre fora de linha...

Nem percebeu quando entrou no apartamento, mais arrumado que o habitual, nem quando acabou dentro do quarto, com a música alta, as cortinas abertas deixando o tom alaranjado do crepúsculo tingir as paredes brancas.

Sequer percebeu quando Ryuutarou se aproximou, cabelos soltos e pés descalços, o abraçando pela cintura, com o corpo balançando.

Jin piscou algumas vezes, antes de passar os braços pelo corpo menor, o aconchegando em si.

-Achei que estava no estúdio... fiquei preocupado. - o baixista murmurou, vendo o namorado erguer a cabeça, negando, ficando na ponta dos pés, colando os lábios.

-Desculpe. Eu sou inseguro e te machuco. Só agora... vamos tentar não brigar. Eu estou cansado de sempre deixar você assim. - o baterista não sentia as palavras saindo de uma maneira fácil, talvez por isso seu rosto estivesse muito vermelho. E agradeceu quando Jin simplesmente voltou a colar os lábios, apertando os corpos.

-Tudo bem... eu te aceitei com tudo que você é. E aceitaria de novo. - sorriram, sem perceber caminhando para a cama, caindo deitados.

Apague as luzes e ligue o rádio, amor, vamos tentar não brigar.

Jin parou, olhando o namorado embaixo de seu corpo, com as faces coradas e a respiração pesada, o encarando com olhos negros cheios de carinho e uma tristeza consigo mesmo. Sentiu vontade de cuidar do mais novo pelo resto da vida, apenas para afastar aquele brilho solitário.

Mas Ryuu era alguém em constante mudança, sempre certo e sempre mentiroso com relação aos próprios sentimentos, deixando-o sem saber o que fazer.Jack era mau, sempre fora de linha. Às vezes bom, entrando em brigas que não eram dele pelos amigos, ou pelo namorado, convencendo a todos de tudo.

Outras vezes, simplesmente, o baixinho era uma máquina de guerra, brigando, gritando que Jin era um completo desperdício de tempo, xingando e batendo, para logo depois o beijar, subir em cima dele e escutar tudo aquilo que Jin queria dizer.

Sorriu, vendo o menor corar e fechar a cara, decidido a não deixar aquilo acontecer.

Os beijos ficaram mais necessitados e carinhosos, ao passo que as mãos do baixista achavam caminho por baixo das roupas do baterista, sendo correspondidas.

Ele me deixa louco, o tempo todo, bipolar, um em um milhão.

Jack poderia sorrir, se o momento deixasse, sentindo todos os medos à sua volta se dissiparem, como se não houvessem existindo ali por anos.

Estava seguro ali, no corpo do mais velho, seus braços em torno de seu pescoço, o rosto escondido naquele vão, não o deixando ver sua face afogueada e envergonhada, nem o sorriso que tomava conta de si.

Não precisava de mais nada, sabendo que teria alguém para o abraçar e cuidar de suas cicatrizes dolorosas, não o deixando cair. Mesmo que Jin não fosse alguém que imaginara para si, somente ele tinha o poder de fazê-lo sorrir por nada e querer gritar, simplesmente para mostrar que estava vivo.

Se alguém soubesse o que acontecia, mas ninguém saberia, porque era a desordem.

E era certo.

Como podemos brigar, se eu estou ocupado demais amando você?

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