quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Capítulo 5: Acordar

Notas do Autor:
E finalmente chegamos ao final dessa insanidade ^^

Foi muito divertido atormentar o Jack e ver as brisas do Jin, pensando que o Takeo ia voltar com poderes, mas... tudo voltou ao normal. Ou quase... fufufufu

Obrigada a todos que acompanharam até aqui!


_ Pronto! Já fiz tudo que me pediu! Agora vai me deixar em paz?! – já estava escurecendo quando Jack voltou para seu apartamento, ainda sendo seguido pelo ruivo.

_ Mas... aonde eu vou ficar, Jackie? Não quero ficar sozinho e você é o único que pode conversar comigo. – armou um bico, tentando chantageá-lo.

_ Nós temos um trato! Agora some! – entrou no apartamento batendo a porta e deixando a assombração de fora.


Caminhou até o sofá, não se dando ao trabalho de acender a luz, pegando a carteira de cigarros e acendendo um dos cilindros, suspirando profundamente. Se ele fizesse uma lista dos piores dias da sua vida, esse com certeza estaria entre os cinco primeiros.

Soltou a fumaça do cigarro, olhando ressabiado para a porta. Shiroyama ia mesmo cumprir a promessa e o deixar em paz? Alguma coisa estava errada, muito errada. Era bom demais pra ser verdade.

Levantou-se, caminhando na ponta dos pés até a entrada do apartamento, encostando o ouvido na porta, não conseguindo distinguir som nenhum. Tudo lá fora estava silencioso demais.

Estranho... Muito estranho...

E desde quando era tão curioso assim?

Revirou os olhos, destrancando a porta e abrindo-a, olhando para os dois lados do corredor à procura do ruivo.

Impossível! Ele fora mesmo embora?!

Se soubesse que seria tão fácil, teria ajudado antes!

Suspirou aliviado, abrindo um sorriso de canto.

_ Pode tirar esse sorrisinho da cara. Eu ainda estou aqui. – o ruivo acenou, mostrando que estava sentado ao lado da porta.

_ Merda... – praguejou batendo novamente a porta. Com certeza pedir um pouco de paz era pedir demais.

_ Eu sou homem de palavra! – o ruivo gritou de modo que o baterista pudesse ouvi-lo, ainda permanecendo sentado do lado de fora.


* * *


_ Moshi-moshi? – não desviou os olhos da televisão, atendente o celular sem se preocupar em ver quem era – Ah, Arata-san... sim, estou em casa...

A menção do nome do vocalista atiçou a curiosidade do ruivo, fazendo-o entrar no apartamento a fim de descobrir o motivo da ligação tão cedo.

Passou a noite toda refletindo sobre morte, só agora notando que se esquecera de visitar Hayato no hospital, como fez durante todos aqueles dias. Talvez o namorado estivesse ligando para dar uma má notícia?

Muito improvável. Pelo menos Arata ficaria abalado com sua morte a ponto de não conseguir ligar pra ninguém. Além do mais, se tivesse morrido, ele não estaria vagando pela sala de Asamura, estaria? Iria virar uma alma penada?

Esperou ansioso que o líder terminasse a ligação, irritando-se por ouvir apenas alguns “hum” e “uhum”, que o deixavam mais ansioso ainda.

_ O que ele está falando? – cochichou, esquecendo-se de sua atual condição – Jackie! O que estão conversando? – armou um bico, andando em volta do menor, tentando ouvir a conversa.

_ Ótimo! Finalmente vou ficar livre dessa peste! – anunciou em alto e bom som, desligando o telefone, fazendo o ruivo arregalar os olhos.

Droga, estava morrendo?!

Mal esse pensamento cruzou sua mente e sentiu um formigamento espalhar-se pelo seu corpo.

_ Jackie, eu não quero ir! Não me deixa ir pra luz! – choramingou, jogando-se contra o menor, atravessando-o e indo de cara para o chão – Líder nazista! É assim que cuida dos seus companheiros de banda?

_ Morra, Shiroyama! – sentia-se tão feliz que poderia sair sorrindo e pulando.

_ Não quero! – deu um soco no chão, sumindo no instante seguinte.


* * *


Asamura bateu de leve na porta, entrando no quarto e encontrando Izumi com um sorriso enorme no rosto. Acenou com a cabeça em resposta, fechando a expressão ao ver quem mais estava no quarto.

_ Oi, Jackie! Que bom que veio me ver! – o ruivo acenou num cumprimento, sorrindo maroto – Depois que desapareci do seu apartamento, vim parar aqui. Nem sei como fiz isso!

_ E eu pensando que fosse me deixar em paz pra sempre...

_ Ah, quanto rancor, Jackie! Na próxima vida quero vir como seu irmão!

_ E eu quero ser filho único... – revirou os olhos, aproximando-se do vocalista, que já nem ligava mais para as maluquices do líder – E então?

_ Saiu do coma! – contou com um sorriso fofo estampado no rosto – O médico disse que pode acordar a qualquer hora!

_ Viu, ele cuida bem de mim! – Takeo tentou abraçar o namorado, desequilibrando e afastando antes de cair novamente.

_ Que emoção... – comentou sarcástico, puxando uma cadeira e sentando ao lado do vocalista – E os outros?

_ O Jin está chegando e o Teruo atendeu ao telefonema pra depois jogar o aparelho na parede... ou acho que foi isso, pelo barulho que ouvi. – deu de ombros, feliz demais para se importar com o horário que o outro guitarrista acordava.

Distraiu-se conversando com o vocalista, notando repentinamente que o quarto estava silencioso demais, temeu que o ruivo estivesse quieto apenas para aprontar novamente consigo, mas ao olhar ao redor não encontrou o menor sinal do guitarrista.

Hayato arfou ruidosamente, chamando a atenção do líder para si, apontando em direção ao namorado que mexia minimamente.

_ Está acordando! – Arata falou mais para si do que para o mais novo, levantando-se e aproximando da cama, acariciando de leve o rosto do namorado e depositando um beijo em sua testa.

_ É nos lábios, koi... – o vocalista afastou-se surpreso ao ouvir o sussurro, sorrindo para o namorado, que continuou falando consigo bem baixinho, enquanto abria os olhos devagar – Pra acordar tem que dar selinho...

_ Ohayoo, koi... – levou a mão à testa do ruivo, afastando alguns fios de sua franja e aproximando-se para depositar um selinho em seus lábios.

_ Agora confessa que você ficou me atormentando por todos esses dias! – Jack ergueu-se também, estragando o momento de carinho dos amantes.

_ Jack! Ele acabou de acordar! Melhor chamar o médico, pra vir examiná-lo. – apertou a campainha, tentando adiar o momento que o líder surtaria novamente.

_ Eu quero tirar essa história a limpo, agora! Eu não fiquei louco! Confessa que ficou me assombrando esses dias que estava em coma! – bateu com o punho na cama, recebendo um olhar de reprovação do vocalista.

_ Do que ele está falando? – Takeo olhou de um para outro sem entender, só agora notando que estava no hospital. Devia ter acontecido algo sério para o líder perder a calma consigo sem ter feito nada.

_ Não se faça de desentendido, Shiroyama! – aproximou-se com um brilho predador em seus olhos, afastando o vocalista e segurando-o pela gola das vestes – Você me infernizou esse tempo todo e agora não se lembra de nada? Hei! – olhou para trás ao sentir braços puxando-o para longe a cama – Espera! Por que estão me arrastando? Vocês não vão me internar de novo!


* * *


O médico assinava a alta, dando algumas recomendações e avisando que poderia voltar à vida normal sem nenhum problema, mas alertando para procurá-lo se sentisse fortes dores na cabeça.

Terushido e Ikeuchi esperavam do lado de fora do quarto, cada um segurando um braço do baterista para evitar que ele atacasse novamente o guitarrista mais novo. O grupo só concordou em tirá-lo da internação após Jack jurar que não faria nada impensado.

Shiroyama continuava afirmando que não se lembrava de nada, nem de ter sonhado que fazia as coisas que o líder contava. Só se recordava de estar procurando as malas e quando foi pegá-la em cima do armário desequilibrou-se, fazendo um malão cair em cima de si.

Saíram todos juntos do hospital, com Jack lançando olhares mortais na direção de Takeo, que vinha feliz ao lado do namorado, cantarolando baixinho a música do elefantinho.

Notas Finais:
=^-^= Fim =^-^=

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