quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Capítulo 3: Minhas pendências ou seu sono?

Notas do Autor:
Preparem-se para as músicas mais irritantes da história >)
Seguindo as orientações do médico, Asamura concedera o restante da semana de folga para a banda. Precisavam dormir, relaxar e quem sabe a maldita assombração não ia embora.



Ele e Ikeuchi estavam sentados juntinhos no sofá, assistindo a um anime que o mais velho trouxera, e que agora estava esquecido a um canto, enquanto os dois começaram a trocar carícias.

Takeo observava tudo de um canto, decidido a dar um pouco de paz para o baterista, contudo não estava agüentando a vontade de zuar com o casal, mesmo que só um deles pudesse vê-lo e ouvi-lo.

_ E começa o ataque! Jin coloca a mão na nuca do Jack e vai descendo devagar... olha a mão boba Shibuya! E chega à cintura... levanta um pedaço da blusa e começa a subir por dentro dela... wow! – parou a narração, levando as mãos à cabeça e fazendo uma cara de assustado – Estão quase se engolindo! Respira Jackie!

_ Já chega! – separou-se do beijo, respirando ofegante – Não agüento mais isso!

_ Mas... o que eu fiz, Ryuu? – Jin não entendia por que estava sendo afastado.

_ Some daqui seu imbecil! – berrou alto o suficiente para ser escutado do térreo.

_ Mas... mas... tudo bem... – o baixista fez uma carinha de cãozinho abandonado e levantou-se para sair do apartamento.

_ Onde pensa que vai Ikeuchi? – andou até o amante, segurando-o pelo braço.

_ Você me mandou embora... – ergueu a sobrancelha, estranhando aquela reação – Era o Tachii de novo?

_ Acredita em mim? – seus olhos brilharam esperançosos.

_ Claro que sim, Jackie! Mal posso esperar pro Tachii acordar e mostrar seus novos poderes! Vocês vão ver que eu estou certo!

Asamura negou com a cabeça e revirou os olhos, pensando qual dos dois seria considerado mais louco: ele por estar, supostamente, falando sozinho ou Ikeuchi, por acreditar que o amigo estava virando um personagem de manga.

_ Neh... ele podia voltar com poderes de shinimagi! Igual no Soul Eater, e sair caçando almas! Ou então Death Note! Ele podia me dar um caderno daqueles... mas eu não ia ter coragem de escrever o nome de ninguém... ou então... – e continuou com uma infinidade de animes e mangas que continham fantasmas, espíritos e afins.


* * *


Sua casa estava uma bagunça, já que fazia duas semanas que dispensara a moça da limpeza, tentando evitar que alguém mais o visse falando sozinho. E com sua constante mania de trocar tudo de lugar, precisava organizar o apartamento com urgência.

Pegou a vassoura e caminhou pela casa, decidindo começar pelo seu quarto. Por sorte a assombração ainda não havia aparecido, já que Takeo ia para o hospital todas as manhãs, ficar com o namorado enquanto ele visitava seu corpo. Afirmava que queria estar lá de corpo e alma pra ele.

Distraiu-se com seu serviço a ponto de se desligar da realidade, começando a cantar e dançar, usando a vassoura como microfone.

Parou assustado ao ouvir algumas palmas, virando-se e vendo o ruivo a encará-lo.

_ Sabe, Jackie... por um momento me veio à cabeça o motivo de você ser nosso baterista. – abriu um sorriso enorme, tirando sarro com o mais novo.

_ Vai morrer, vai! – jogou a vassoura em sua direção, fazendo-a atravessar seu corpo e bater na parede atrás de si.

_ Eu já estou morto. – fez uma carinha de choro, sentou na cama e começou a contar da sua vida –... foi quando eu decidi sair de casa e vir pra capital. Depois disso...

_ Você quer o endereço do meu psiquiatra?

_ Eu fui com vocês aquele dia... ele também não pode me ver... e eu não quero morrer sem contar da minha vida pra alguém.

_ Problema seu se não contou pro seu namorado. – deu-lhe as costas, voltando a limpar a casa, tentando ignorar o ruivo.

_ Eu contei, mas alguém mais precisa saber. E como você é o único que me vê e ouve, foi o sorteado da vez!

_ Devo me sentir honrado com isso? – perguntou sarcástico.

_ Não, é só falta de opção mesmo! – sorriu de canto.


* * *


_ Para de me seguir! – andava em círculos pela casa, não querendo sair do seu espaço, mas também querendo que o guitarrista sumisse.

_ Mas Jack, eu preciso de ajuda! – seguia-o de perto já fazia quase uma hora.

_ Se não parar de me incomodar eu vou chamar um exorcista! – virou-se de supetão, apontando um dedo na cara de Takeo.

_ Jackie! Eu prometo que se me ajudar eu paro de te atormentar! – levantou a mão, em sinal de promessa.

_ O que me garante que vai parar mesmo?

_ Os médicos não sabem se eu vou acordar... andei pensando no motivo de aparecer pra alguém... eu tenho assuntos pendentes! – anunciou como se isso resolvesse todos os problemas.

_ Outro problema seu! Não tenho nada haver com isso! Devia ter resolvido antes.

_ Mas são coisas para fazer depois que eu não puder mais. Por isso estamos aqui.

_ Não! – sentou no sofá e pegou a lista telefônica – Espero que eles trabalhem no domingo.

_ Se chamar um exorcista eu não vou largar do seu pé nunca mais! – sentou também, cruzando os braços e fazendo um bico.

_ Ah, aí que você se engana. Ele vai fazer você não pisar aqui nunca mais! – sorriu vitorioso.

_ Esqueceu só um detalhe. – levantou um dedo, começando a enumerar – Eu posso te perseguir em outros lugares: no trabalho, na casa do Shibuya, na rua, na casa do seu irmão e principalmente, durante os lives. – abriu um sorriso maldoso.

_ Tem razão... melhor eu chamar um padre. Assim ele te manda direto pro inferno e fim dos problemas.

_ Jack! Eu não vou pro inferno!

_ Aham, claro. Você é a pessoa mais pura que eu conheço.

_ Digo o mesmo de você. – apontou-lhe a língua, ficando quieto.


* * *



Três e meia da manhã e Asamura ainda não havia pregado os olhos.

O motivo?

Takeo decidiu mostrar seu dom para a música... cantando.

_ Um elefante incomoda muita gente! Dois elefantes incomodam, incomodam muito ma-ais! Três elefantes incomodam muita gente! Quatro elefantes incomodam, incomodam, incomodam, incomodam muito ma-ais!

_ Chega, Shiroyama! – rolava pela cama, jogando o travesseiro sobre o rosto e apertando-o contra os ouvidos, mas isso não bloqueava a passagem do som.

_ Você vai me ajudar com os assuntos pendentes? – parou de cantar, encarando-o no escuro.

_ NÃO!

_ Você quem sabe. – deu de ombros, recomeçando a cantar – Um elefante incomoda...

E cantou noite adentro, não deixando que o baterista descansasse nem por um segundo sequer. Ryuutarou só conseguiu pregar os olhos quando o sol começava a surgir, horário que o ruivo saia para ver o namorado no hospital.

Na noite seguinte...

_ One little, two little, tree little Indians. Four little, five little, six little Indians. Seven little, eight little, nine little Indians. Ten little Indian boys.

Nem mesmo as doses extras de remédio fizeram com que Jack conseguisse dormir.

_ Agora ao contrário! – levantou os braços, animado, continuando a cantar – Ten little, nine little, eight little Indians...

Na outra noite...

_ Um elefante incomoda muita gente, dois elefantes incomodam, incomodam muito ma-ais! Três...

No quarto elefante Asamura entrou em estado berserker, seus instintos assassinos subiram à cabeça e ele pôs-se a correr atrás do ruivo com uma faca na mão.

_ Some daqui sua assombração desgraçada! Amanhã eu vou ao hospital e se eles disserem que você pode acordar, eu mesmo vou te dar um fim!

_ Me ajuda com os assuntos pendentes e eu te deixo em paz! – corria do menor, mais por diversão do que por medo de ser atingido. Ele sabia que seria ultrapassado, não importava as circunstâncias.

_ Eu já falei que não, sua alma penada! – jogou a faca em sua direção, prendendo-a na parede – Só quero uma noite de sono! Será que é pedir demais! Vou matar você, desgraçado!

Continua...


Cenas do próximo capítulo:

"_ Eu vou matar esse infeliz! Ele vai desejar nunca ter nascido!"
"_ Pega a mão dele e diz que eu amo ele muito!"

Fufufufufu já viram que Takeo vai atazanar até o limite... será que o líder aguenta sem surtar novamente?

0 comentários:

Postar um comentário