sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Capítulo 2 - Furo-sato

Era pra ter postado semana passada... mas enrolei, fato XD~
Qualquer errinho, relevem, eu sou minha própria beta '

 

No Ano Novo era comum as estações de trem ficarem lotadas, pois a maioria das pessoas gostava de comemorar a data com os parentes. Era um momento de confraternização que várias famílias seguiam. Reunindo-se para visitarem templos e orarem pedindo prosperidade, boa sorte e proteção.


Para Teruo a situação não era diferente. Ligou para a mãe há alguns dias atrás avisando que chegaria no dia seguinte e pedindo que deixasse seu quarto arrumado.

E mesmo que as malas estivessem prontas na tarde anterior, conseguiu ficar terrivelmente atrasado pra pegar o trem que o levaria para Mie.

O dia tinha sido bom demais! Saiu com alguns amigos, divertiu muito e comprara uma lembrancinha para a mãe. E quem aparece tarde da noite pra estragar o dia? Aquela praga ruiva, dizendo que queria bater um papo.

Por que ele não foi torrar a paciência do namorado? Tanta gente pra ele pegar no pé e escolheu justo ele? O que fez pra merecer um castigo tão grande?

O azar era que o bom humor o fez receber o colega, chamou-o pra dentro e enquanto conversavam, ele decidiu terminar de arrumar a mala.

Pegou algumas peças de roupa espalhadas no chão, os sapatos na cômoda e a escova de dente do banheiro, retornando ao quarto e enfiando tudo na mala. Takeo tomou a liberdade de deitar em sua cama e ficar comentando sobre as roupas que estava levando, dizendo que o clima naquela época do ano não era propício para aquele tipo de traje.

_ Faz um século que você não pisa lá! Como sabe o tempo que vai fazer? – sentiu que iria ter dores de cabeça mais tarde.

_ Cidades do interior são sempre iguais. Não há mudanças no tempo. – deu de ombros, como se realmente entendesse do assunto.

_ Quer sair da minha cama? – pressionou as têmporas, parando de arrumar a mala e encarando o ruivo.

_ Não, obrigado… ela é boa! – sorriu sacana, sabendo que estava provocando.

_ Sai daí! – pegou impulso com a perna, tentando chutá-lo.

_ Nossa, estamos estressadinhos. Que houve? Está na seca?

_ Como se isso fosse possível. – sorriu de canto, decidindo ignorar o comentário. Não ia contar a tarde proveitosa que tivera.

* * *

_ Mas todo mundo vai! – a cada vez que tentava convencê-lo tirava uma peça de roupa da mala.

_ Eu já combinei com meus pais! – foi atrás da camiseta jogada a chão.

_ Descombina! Eu vou reunir toda a banda! – jogou mais duas peças pra lados separados.

_ Nem pensar que eu vou ficar com vocês! – pegou a peça que caiu a seus pés – E para de bagunçar minha mala!

_ Não estou bagunçando, estou tirando o que não presta daqui! Já pensou em fazer doações com essas roupas antigas?

_ Antigas? Eu comprei mês passado! – tentou afastar as mãos do outro da mala, sem sucesso.

_ Esse tênis é velho! Você tem desde o tempo do colégio! – apontou os calçados praticamente novos em uma das bolsas.

_ Eu só usava coturnos! – sua paciência estava se esgotando, só aquele peste pra conseguir isso em tão pouco tempo. Deixou que ele continuasse a mexer na mala e foi pegar a carteira de cigarros na sala.

Não levou nem dois minutos e Takeo já chegava por ali, segurando mais algumas peças de roupa e uma carteira fina e preta.

_ E isso aqui? – mostrou os objetos, vendo o moreno arregalar os olhos.

_ Mas que… Shiroyama! Tira as mãos daí! – correu até o outro, tentando reaver seus pertences.

_ O que tem aqui dentro Yu-chan? – correu pela sala, vendo-o ficar mais irritado com o apelido fofo.

_ Não te dei intimidade pra me chamar assim, moleque! – parou, frustrado e respirando fundo.

_ Ah, não precisa dessas formalidades! – fez um gesto de dispensa com a mão, jogando as coisas em cima do sofá – Vai ficar pro Ano Novo com a gente?

_ Já falei que não! – jogou-se num dos assentos, pegando outro cigarro e acendendo-o.

_ Por favor! – tentou fazer uma carinha pedinte, mas o sorriso enviesado estragava a cena.

_ Pra que vocês me querem lá?!

_ Er... sei lá! – deu de ombros. Não tinha pensado num motivo para querer reunir todo mundo para comemorar a ocasião. Simplesmente surgiu a idéia e decidiu por em prática.

_ Eu não vou e ponto final! – decidiu que ia ignorar qualquer tentativa que viesse a partir dali.

_ Ok. Então eu vou embora! – pegou a mochila, jogando-a nas costas e caminhando para a porta.

_ Por que não desistiu logo no começo, se sabia que eu ia negar? – levantou-se também, para poder trancar a porta.

_ E perder a chance de te ver irritado? Não mesmo! – abriu a porta e correu dali, temendo ser acertado por alguma coisa jogada pelo outro.

* * *

Acordou em cima da hora, mas dava tempo de tomar um banho e arrumar o café da manhã, quando se lembrou que deixara pra arrumar a mala bem cedo.

Teria que correr se quisesse terminar de arrumar suas coisas e pegar o trem. Sem contar que precisaria pegar dois ônibus para chegar à estação mais próxima. A moto teria que ficar de lado.

Jogou a última peça na sacola, correu até a cozinha pegando apenas uma maçã e saiu do apartamento, traçando a porta e correndo para fora do prédio.

Teve sorte, ia conseguir pegar o trem sem nenhum outro imprevisto.

Ou era o que pensava.

Desceu as escadas da estação correndo, quase tropeçando nos degraus e atropelando alguns transeuntes.

Chegou ao guichê, torcendo para a fila andar rápido, tinha menos de cinco minutos.

_ Por que está demorando tanto?! – bufou irritado, tentando ver o que acontecia mais a frente.

_ O leitor dos bilhetes estragou. Estão fazendo isso manualmente. E parece que a moça tem uma paciência enorme. – comentou um senhor que estava a sua frente.

_ Eu mereço... – baixou a cabeça e respirou fundo. Tinha que se acalmar. Podia comprar um lanche e voltar que a fila não teria andado nem um pouco.

Por sorte logo chegou sua vez, enfiando as mãos no bolso e procurando pelo bilhete.

_ A passagem, senhor? – pediu a mocinha vestida com o uniforme do local, esperando que o guitarrista lhe entregasse o papel.

_ Só um instante. – pediu, tirando a mochila das costas – Devo ter guardado em outro lugar.

Revirou cada um dos bolsos laterais e a carteira também, mas não havia nem sinais de onde guardara o papel.

_ Mas eu coloquei na mala ontem! – levou a mão aos cabelos, parando o movimento no ar, lembrando-se de algo – Shiroyama, desgraçado! Ele deve ter pegado!

Sacou o celular do bolso e ligou para o ruivo, saindo da fila para dar passagem aos outros viajantes.

Chamou várias vezes até cair na caixa de entrada. Tentou novamente. A essa hora ele estaria acordado, tinha certeza!

Não ia gastar dinheiro comprando outra! Ia obrigá-lo a devolver! Mas até ele chegar à estação o trem já teria partido. Podia pegar outro mais tarde... Mas e se todos os bilhetes tivessem sido vendidos?

Ia matar aquele garoto! Não, ia torturar antes! Jogar ele da sacada do seu apartamento! Mas ai teria que recebê-lo em sua casa de novo... não era uma boa idéia.

_ Se não tem outro jeito... – caminhou até o guichê. Iria comprar outra passagem e depois acertaria com o outro – Uma passagem pra Mie, por favor.

_ Sinto muito, mas esgotaram, senhor. – avisou a atendente.

_ E pro próximo trem?

_ Pra hoje não temos mais nenhuma. – consultou o computador, vendo as vagas disponíveis – Temos uma para amanhã a tarde.

_ Nem que eu tenha que ir pra Mie de moto, mas eu chego lá hoje! – fez o caminho de volta, pronto para ir pra casa pegar a moto, quando seu celular tocou avisando que era uma mensagem.

“Está dentro da bolsinha.

Tachi >3”

_ Eu não acredito! – chutou a lata de lixo mais próxima, soltando a mochila e conferindo – Você me paga... – apertou o bilhete, amassando-o.

Pegou novamente a mochila e caminhou até o guichê, entregando o bilhete para a moça.

_ Senhor, o trem está partindo. – anunciou sorrindo com a cara de paisagem, vendo o guitarrista correr desesperado, entrando no compartimento no último instante.

 

Takeo quando quer é uma peste mesmo... continua o/
Próximo alvo: Arata

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