sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Delírios de Verão –parte 2

 

Parte 2 - Aguentar um ruivo hiper ativo.

É. Ele havia sido convencido com argumentos baixos e covardes, mas a recompensa depois daquilo era ótima, ele sabia. Por isso um sorriso sutil estava desenhado no canto de seus lábios, enquanto ajeitava os enormes óculos escuros no rosto. Olhou para trás, tentando se lembrar do momento que havia concordado fazer parte daquela palhaçada.


Certo, os métodos de Ikeuchi haviam sido baixos e sujos. Mas prazerosos. E pensar nisso o fizera corar levemente, fato que não fora percebido por ninguém.

A cena era a seguinte: Ikeuchi, Izumi e Shiroyama encontravam-se no banco de trás, cada qual com óculos escuros e, no caso do baixista, um boné, bermudas e camisetas. Teruo dirigia, também de óculos, com um cigarro no canto da boca, o qual fez questão de roubar, rindo brevemente da cara desgostosa do guitarrista.

A primeira preocupação fora encontrar um carro e claro, Terushido havia sido gentilmente convidado pelo baterista. O motivo? Ele era o único dos cinco que possuia um carro. Antes disso, Ryuutarou acreditava que seus problemas estariam findados, ninguém ali possuía a habilitação para carro, mas o maldito guitarrista havia aberto aquela boca grande e anunciado, para quem quisesse ouvir, alguns anos atrás, que tinha a dita-cuja. E Shibuya lembrou. E Arata adorou a idéia. E Shiroyama o atazanara até que arrastasse o outro guitarrista.

Apoiou o rosto em uma das mãos, sentindo-se incomodado. Alguém o cutucava. E se alguém o cutucava, esse alguém tinha cabelos vermelhos, uma personalidade terrível e um sorriso de demônio. Segurou o dedo do mais velho, dizendo em uma voz plácida:

-Me cutuque novamente e te quebro esse maldito dedo.

-Me quebre o dedo e eu te processo. - Takeo riu sacana, tendo o dito dedo largado com rudeza, esticando-o mais uma vez para importunar o baterista, quando foi segurado novamente, dessa vez por Izumi, que girou os olhos. Takeo, às vezes, era incoveniente demais.

-Já chega, Koi, ou ele vai quebrar seu dedo de verdade. - disse em um tom gentil, tendo o rosto puxado para perto e os lábios tomados. Separaram-se brevemente, o suficiente para o guitarrista dizer em um tom sacana:

-Se não estivéssemos nesse carro, eu... pegaria a bateria do Jackie e colocava fogo. - Riu, sendo acompanhado pelo vocalista, vendo o mais novo de todos se virar e fuzilá-lo com os olhos. Era tão fácil irritar o baixinho.

Teruo olhou pelo retrovisor para os dois, rindo também, mas logo os olhos caíram sobre o baixista, que se remexia, parecendo incomodado. Parecia que alguém ali pensava em algo bem diferente para fazer, caso não estivesse naquele carro. Viu o baixista olhar para o baterista, que se virava e apoiava os pés no painel, deixando bem à mostra as coxas cobertas por nada mais que um short curto, e riu. Aqueles dois idiotas...

O baterista, por sua vez, pegou o celular, colocando os fones de ouvido e ligando o player, recusando-se a ter que permanecer naquela mesma esfera. Pelo menos não dentro de um carro, tendo que ouvir as piadinhas e provocações do ruivo. Permaneceu assim, por mais alguns minutos, mas durou pouco, logo sentia um solavanco nas costas, abrindo os olhos assustado e olhando para trás.

-Shiroyama... - começou baixo.

-Eu, Jackie? - o guitarrista tentou sorrir de forma inocente, mas falhou completamente.

-PÁRA DE CHUTAR MEU BANCO!

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