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domingo, 16 de setembro de 2012

Capítulo 5

Notas iniciais: Em primeiro lugar, desculpas pela demora em postar. Eu ainda tinha esperanças que meu antigo note voltasse e que eu não tivesse perdido o chap todo =.=
Grande engano...
Mas, como não sou de ficar lamentando, reescrevi, tentei manter bem parecido com o anterior, muita coisa tinha escrito a mão e eu lembrava de muitas cenas que tinha digitado.
Bom, aqui estou com o resultado. Espero que se divirtam tanto quanto eu! E pra variar, vomitei arco-íris em algumas cenas.
Boa leitura!

* * *

A ideia de deixar os garotos juntos se mostrou muito boa. Ficaram tão felizes em se verem de novo que deixaram os adultos em paz o resto da tarde.
Infelizmente os problemas começaram com o chegar da noite, na hora de dividir os quartos. Ryuutarou não queria dormir com o otaku pervertido e Takeo não queria ser criticado até quando estava dormindo. Dormirem juntos estava fora de cogitação e como os primos não conseguiram outra solução, passaram uma agradável noite dormindo nos sofás da sala, enquanto cada um dos garotos ficou com um quarto.

Na manhã seguinte, sabendo que não podiam deixar os garotos sozinhos ou corriam o risco de terem um apartamento destruído, os primos decidiram não ir trabalhar. Hayato ligou para a gravadora, explicando que não estava se sentindo muito bem e acabou usando a mesma desculpa para explicar a falta de Takeo na loja. Jin teve sorte, pois suas dublagens estavam adiantadas, então não teria problema pegar um dia de folga e Asamura podia fazer as traduções em casa, de modo que também não se importaram muito com sua ausência.
Após um longo acordo, onde os garotos prometeram não aprontar muito, os primos se dispuseram a levá-los para passear pela cidade. Mas não sem antes soltarem algumas recomendações.
_ Foram no banheiro e beberam água? – Arata parecia uma mãe muito protetora, andando em volta e conferindo se tudo estava certo – Pegaram os documentos? Não estão esquecendo nada?
_ Coloquem isso para o caso de se perderem. – Shibuya estendeu duas pulseiras de identificação, já com nome, endereço e telefone de contato.
_ Tá falando sério? – o ruivo olhou com desdém para a pulseira, pegando uma e jogando para o lado – Eu sei pedir um táxi. Vamos Ryuu!
_ É só seguirem a gente e não vamos nos perder. – o baixinho sorriu e acenou, seguindo Takeo para fora do apartamento.
Os primos sabiam que iam se arrepender muito, mas era tarde para voltar atrás. E agora estavam no metrô, rumo a Akihabara.

* * *
Ikeuchi aproveitou o passeio para comprar vários mangas que estavam atrasados em sua coleção e Ryuutarou aproveitou o estado consumista do mais velho para pedir tudo que queria, como filmes, acessórios e um CD que ele não quis contar de qual banda ou cantor era.
Takeo, apesar de ainda estar chateado por não ter terminado e ler o manga hentai, não conseguiu evitar mostrar animação ao andar ao andar pelas ruas cheias de pessoas diferentes e lojas coloridas. Queria comprar tanta coisa! Mas não tinha coragem de pedir para o otaku e muito menos para Izumi-san. Teria que se contentar em apenas olhar as vitrines, o que foi um sacrifício. A cada loja que passavam, via algo que queria e não podia ter.
Seu alto-controle quase foi pelo espaço ao ver um CD do X-Japan, edição limitada para membros do fã-clube. Até olhou para os primos, pesando se valeria a pena pedir e receber uma resposta negatiba ou se lamentar depois por nunca ter perdido.
Izumi, por sua vez, se segurava para não comprar tudo que via o ruivo olhando com desejo. Ele sabia que não haviam começado bem, mas agora já trocavam algumas palavras e seu comportamento não estava dos piores.
Porém, ver o primo comprando tudo para Jack enquanto Takeo passava vontade não era justo. Esperou os dois se afastarem para olhar outra loja para se aproximar do ruivo.
_ Quer o CD? – perguntou baixinho, imaginando que o menor negaria sua ajuda.
_ Eu não trouxe dinheiro. – enfiou as mãos nos bolsos, como que para conferir que realmente não tinha, dando de ombros, tentando mostrar desinteresse.
_ Eu posso te emprestar, se quiser. – pegou a carteira, separando algumas notas – Depois você me paga.
Shiroyama olhou para o dinheiro que lhe era estendido e depois para Hayato, finalmente olhando para o CD. Suspirou fundo antes de negar com um aceno.
_ Não precisa. Eu não tenho dinheiro pra te pagar depois. – ele queria ganhar o presente. Se tivesse que pagar, era melhor procurar um emprego.
_ Você pode pagar me ajudando em casa, arrumando a cama, não deixando suas coisas jogadas em qualquer canto, lavando a louça. – pegou a mão de Takeo, depositando ali o dinheiro – Vai lá comp...
Antes que terminasse de falar, o ruivo o surpreendeu com um abraço, que começou tão rápido quanto acabou, só conseguindo ver o garoto correndo pra dentro da loja.

* * *
_ Eu estou com fome. – Asamura resmungou após terem andado a manhã toda.
_ Eu também. – o ruivo olhou pedinte para Hayato, pois o dinheiro que ganhara já havia acabado. Além do CD conseguira também uma camiseta e um anel.
_ Vamos procurar uma lanchonete. – concordou Izumi – Eu preciso sentar e descansar um pouco.
_ Velho... – Shiro sussurrou para Ryuu, ambos rindo do staff.
_ Tem um Maid Cafe no próximo quarteirão. – lembrou o otaku.
Todos gostaram da ideia e se encaminharam pra lá, mas ao chegarem à esquina, algo chamou a atenção dos garotos na rua paralela.
_ MC DONALDS! – gritaram em uníssono, apontando para a lanchonete no fim da rua.
_ Vamos, por favor? – o moreninho praticamente pendurou-se em Ikeuchi.
_ Eu quero fritas e refri! – o ruivo segurou o braço de Izumi, chamando a atenção para si.
_ Hambúrguer duplo! E com muito queijo! – pediu Ryuu.
Hayato disfarçou o riso, se segurando para não chamá-lo de obeso, como já fora chamado várias vezes pelo tradutor. Estava explicado de onde vinham aqueles bochechões.
_ Isso, depois um sundae! Com confeitos! – Takeo continuou com os pedidos.
_ Dois! Pra cada um! – exigiu Ryuu, deixando os primos zonzos.
_ Calma! – pediu Hayato – Vocês vão conseguir comer isso tudo?
_ CLARO! – responderam animados.
_ Certo, vamos no Mc Donalds, mas será apenas um sanduíche e um sorvete pra cada. – avisou o staff.
_ E batatas? – lembrou Takeo.
_ E as bebidas? – Ryuu ajudou a pedir mais.
Os primos se entreolharam e concordaram com um aceno, vendo os garotos gritarem animados enquanto corriam para a lanchonete. Não iam conseguir negar nada a eles no fim das contas.

* * *
Depois de muita insistência, os garotos conseguiram todos os lanches que queriam e para surpresa dos adultos conseguiram devorar os dois sanduíches, sem desperdiçar nada! E agora Ikeuchi voltava do balcão, trazendo a segunda rodada de sundae.
Enquanto isso na mesa, Izumi estava se sentindo incomodado com os olhares que Jack e Takeo direcionavam a si. Eles apontavam disfarçadamente, cochichavam e depois riam. O staff tinha certeza que estavam falando de si, mas não tinha coragem de perguntar o que estava errado, pois vindo dos dois, tinha certeza que seria zombado.
_ Só mais esses dois! – anunciou Shibuya, entregando um sorvete para cada um e sentando ao lado do primo.
_ Jin, meu rosto está sujo? – virou-se para o maior, questionando em tom baixo, querendo tirar a duvida de chamar tanta atenção – Meu cabelo está estranho?
_ Não, primo. Tudo normal. – respondeu inocentemente, mas conseguiu arrancar algumas risadas dos garotos.
_ Do que estão rindo? – Arata não aguentou ser o centro da piada e acabou perguntando em tom zangado.
_ Nada. – respondeu Asamura, voltando a atenção para seu sorvete, até que Takeo cochichou mais alguma coisa que quase o fez engasgar.
_ Qual o problema? – tentou novamente, mas só arrancou mais risadas, até que eles decidiram falar.
_ Neh... Izumi-san ia ficar muito bem se fosse ruivo... – Takeo soltou como quem não quer nada.
_ Ah, concordo! Ia ficar conhecido mundialmente! – ajudou Ryuu.
_ Do que estão falando? – Shibuya também não entendeu o trocadilho.
Os garotos riram de novo, notando que aquele simples gesto deixava o staff irritado. E faziam aquilo justamente para vê-lo perder o controle.
_ Izumi-san parece o Ronald Mc Donald! – Shiroyama apontou para o cartaz atrás de Hayato, sorrindo sacana e conseguindo fazer o mais velho corar, não por vergonha, mas por raiva.

* * *
O movimento das ruas ainda estava grande, apesar de quase anoitecer. Algumas pessoas simplesmente gostavam de fazer suas compras quando saiam de seus trabalhos, antes de voltarem para suas casas.
Depois de todas as brincadeiras os garotos acabaram ficando quietos, satisfeitos por terem comido bastante e cansados demais para tentarem algo novo. Nem pestanejaram quando os primos disseram que era hora de voltar pra casa.
Desviavam dos outros pedestres, andando sem nenhuma pressa, olhando vez ou outra para alguma loja que ainda estava aberta, mas sem muito ânimo para entrarem.
Arata estava distraído, ainda chateado com a brincadeira do ruivo sobre sua aparência, quando algo chamou sua atenção numa loja a frente, fazendo-o parar de andar bruscamente e quase derrubar Takeo que vinha logo atrás, distraído numa conversa com Ryuu.
_ O que houve, primo?
_ Aquele cara... – resmungou apontando para um sujeito alto, magro e moreno que estava atravessando a rua para o outro quarteirão. Mesmo de costas ele parecia muito familiar.
_ O atendente do restaurante! – Ikeuchi deu um soco no ar, feliz por ter lembrado. Não podiam perder o cara de jeito nenhum! Precisavam dele pra trazer os namorados de volta. E num flash de boas ideias, apontou para o rapaz desconhecido e gritou no meio da rua – Pega ele!
Os garotos não precisaram de uma segunda ordem para começar a correr. Estavam mesmo ficando entediados e uma perseguição era perfeita para terminarem o dia bem.
_ Jin, o que você fez? – Hayato não conseguiu agir de imediato, olhando abismado para o otaku.
_ Mas nós precisamos dele. – respondeu sem entender o motivo do desespero do outro.
_ Você deixou eles saírem correndo sozinhos por aí! Eles não se lembram de nada da cidade, vão se perder! – bagunçou os cabelos nervosamente, finalmente organizando as ideias – Vamos atrás deles, rápido!
E assim os primos começaram a correr na direção que viram os garotos desaparecendo, mais preocupados com a segurança das crianças do que em encontrar o cara que poderia ajudá-los.

* * *
_ Ele foi por aqui. – Ryuu apontou para a rua a sua esquerda, dando alguns passos naquela direção, mas foi impedido de continuar pelo ruivo.
_ Não foi não! Eu vi ele vindo por aqui! – Takeo apontou para a outra direção, puxando o menor consigo.
_ Não viu não! Eu tenho certeza que ele veio pra cá! – Ryuu bateu o pé, decidido a não dar nenhum passo na mesma direção que o amigo.
_ Você é baixinho demais! Não ia conseguir ver o cara de longe! – Takeo cruzou os braços, também decidido a não seguir o moreninho.
_ Como se você fosse mais alto que eu! – aproximou-se do outro, mostrando que a diferença de altura era mínima.
_ Mas eu sou mais velho, eu escolho pra onde a gente vai!
_ Você não manda em mim!
_ Só o Ikeuchi-san, não é? Faz tudo que ele quer! – o ruivo não sabia porque estava atacando daquela forma, mas sabia que estavam perdidos e era melhor continuar andando e tentar encontrar alguém para ajudá-los do que ficar esperando.
_ Ele é legal comigo, então eu ajudo ele! – armou um bico enorme, decidido a defender o mais velho. Só ele podia implicar com o otaku pervertido – E você queria que o Izumi-san olhasse pra você!
_ Eu? Claro que não! – rebateu irritado – Ele fica criticando tudo que eu faço!
_ Mas você só apronta pra chamar a atenção dele! Foi você quem disse!
_ ... – o ruivo até tentou rebater novamente, mas sabia que ele estava certo – Não te conto mais nada. Vamos.
_ Pra onde? A gente tá perdido, Shiro. – Ryuu andou até a loja mais próxima, sentando-se escorado na parede.
_ Vamos procurar um táxi. – deu de ombros, como se fosse óbvio.
_ Nós não temos o endereço do apartamento e nem dinheiro. – lembrou o mais novo.
_ Pensei que tivesse pegado aquela pulseira horrorosa. – ergueu uma sobrancelha, desconfiado.
_ Eu pensei que você soubesse o endereço. – até tentou fazer uma carinha inocente, mas sabia que não ia resolver.
_ É... estamos perdidos... – chutou uma pedrinha imaginária, enfiando as mãos nos bolsos e procurando alguma outra opção.
Não tinham telefone, dinheiro ou endereço. Decididamente não queria ficar parado ali, só esperando. Estavam na capital, e como toda cidade grande, andar por aí não era seguro, ainda mais pra dois adolescentes.
E pra piorar estava anoitecendo.
_ Podemos procurar algum segurança. – sugeriu Ryuutarou, após um instante de silêncio – Lojas grandes costumam ter vigias a noite toda.
_ Isso, vamos olhar por aí! – Takeo animou-se, esperando o amigo levantar para procurarem ajuda, mas sua animação logo morreu.
_ TAKEO! RYUU! – os primos vinham correndo pela rua às costas dos dois e não pareciam felizes.
_ Fudeu... – o ruivo resmungou baixo, dando alguns passos atrás e deixando que Ryuutarou ficasse mais a frente. Preferia sair correndo novamente a levar um sermão, porque sabia que seria por merecer.
_ Vocês não podem sair correndo desse jeito! – começou o staff, assim que estava próximo o suficiente para ser ouvido – Nós ficamos preocupados! E se não conseguíssemos encontrar vocês?
_ Ursinho! – Ikeuchi, porém, não conseguiu ter pulso firme para brigar com os garotos, estava aliviado demais por encontrá-los. Puxou o moreninho para um abraço apertado, conseguindo deixá-lo escarlate.
_ Nós quase pegamos ele, Ikeuchi-san! – Ryuu contou animado, mostrando seu sorriso cheio de covinhas, conseguindo ser mais apertado ainda dentro do abraço.
Takeo desviou o olhar daquela cena, encarando os próprios tênis. Claro que ia gostar de ser recebido com um abraço, mas era ter esperanças demais. No mínimo seria o culpado por tudo, já que ele não quis a pulseira com identificação e Ryuu havia apenas imitado.
Encolheu-se ao sentir uma mão em sua cabeça, fechando os olhos por reflexo. Não é que tivesse medo dos mais velhos, mas os únicos adultos que realmente confiava estavam em outra cidade. E, até agora, Izumi-san lhe pareceu um pouco instável. Ele podia estar se controlando bem, e até tentado agradá-lo, mas tinha receio de quando viesse brigar. Pelo visto a hora estava chegando.
_ Tudo bem? – Arata não queria brigar com o menor, mas não podia fingir que o que eles fizeram era certo.
_ Ha-hai. – encarou-o de soslaio, afastando mais um passo.
_ Vamos pra casa? – chamou-o estendendo a mão, mas o ruivo apenas concordou com um aceno, escondendo as mãos nos bolsos. O mais velho olhou para o primo, que concordou em ir, seguindo na frente com Ryuu.
* * *
_ Consegue acreditar no tanto que eles comeram? – Arata murmurou para o primo, observando os adolescentes dormindo amontoados no mesmo sofá – E ainda conseguiram jantar!
_ Jackie teria comido mais, se eu tivesse mais dinheiro. – Jin riu baixinho, aproximando-se do sofá – Melhor colocá-los na cama.
_ Eu vou acordar o Takeo, senão fica muito tarde pra gente ir embora.
_ Por que não ficam aqui? – sugeriu enquanto pegava o moreninho no colo – Amanhã a gente sai pra trabalhar cedo e eles ficam juntos.
_ Acha seguro?
_ É melhor ter só um apartamento destruído do que os dois.
_ Verdade. Vou pegar travesseiros e cobertas pra gente se ajeitar aqui. – Hayato já ia para o quarto quando o primo o parou novamente.
_ Leva o Tachii pro antigo quarto da minha mãe. Vocês podem dividir a cama de casal.
_ E vocês dois? Não sei se o Ryuu vai gostar dessa ideia...
_ Ah, eu só preciso levantar antes que ele acorde! – mas o sorriso em seu rosto morreu ao notar que o pequeno em seus braços estava de olhos abertos.
Podia dizer adeus à sua vida.
_ Velho pervertido... – resmungou o garoto, ajeitando-se melhor no colo de Ikeuchi e voltando a dormir.
Os primos trocaram olhares tensos. Era melhor descansarem logo se quisessem levantar antes dos garotos.
Hayato imitou o otaku, pegando o ruivo com cuidado no colo e levando para o quarto que já pertencera à tia. Até usou algumas almofadas para dividir sua metade na cama, pois não queria começar o dia em guerra com o mais novo. O que não adiantou muito, visto que o ruivo estava abraçado ao seu corpo quando acordou na manhã seguinte.
* * *
Continua...

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