sábado, 8 de maio de 2010

Capítulo 6

Notas do Autor:
Prestes há completar um ano, Vacation Camp chega ao final!
Muita nostalgia terminar essa fic, acabei enrolando em algumas partes, mas está aqui o resultado. Espero que gostem!
E como só saíram revoluções de casais, nada melhor que postar algo comum, dentro do próprio universo. Do contra, oi.
Boa leitura!

 

Estenderam a toalha debaixo da sombra de uma grande árvore e espalharam os lanches em cima dela, deixando a cesta ao lado. Não que estivessem com fome, mas piquenique e acampamento sem lanches à vista não era a mesma coisa.

Shibuya ainda olhava esperançoso para a água, lamentando por não ter conseguido pescar nada. Queria mostrar para Jack que conseguia se virar bem num acampamento, aí quem sabe, podiam vir só os dois da próxima vez.


_ Hei, Ikeuchi! Por que não vai dar uma volta por aí? Procura alguma coisa pra levar de lembrança pra cidade. – sugeriu o ruivo, piscando de modo travesso e recebendo um olhar estranho do vocalista.

_ Posso levar qualquer coisa?

_ Qualquer coisa que caiba no carro do Teruo! – riu baixo, imaginando a cara do outro guitarrista quando soubesse que teria que levar mais tralhas inúteis além deles.

_ Okay! Eu volto daqui a pouco! – acenou para os amigos, seguindo pela margem do rio e sumindo logo de vista.

_ Por que fez isso? O primo pode se perder ou...

_ A gente já tinha combinado antes. – falou de modo despreocupado, dando de ombros e deitando no colo do namorado – Um pouco de privacidade não faz mal a ninguém.

_ E se ele voltar com algo enorme ou estranho pra cá? O Jack vai matar ele! – não conseguiu refrear a ideia do primo voltando com um peixe ou plantas exóticas, ou até mesmo pedrinhas com formatos diferentes, pedindo que realmente levassem isso com eles no carro – Alguma chance dele conseguir pescar algo?

_ Nenhuma. Não tem peixes aqui. – deu de ombros, decidido a relaxar.

* * *

_ O carro tem seguro? – Jack rondava o veículo, observando com desgosto a chave presa do lado de dentro.

_ Tem. – o mais velho ergueu a sobrancelha, temendo o que poderia sair daquela conversa.

_ Vamos quebrar o vidro. – o líder pegou uma pedra no chão, estendendo-a para o dono do veículo.

Teruo olhou receoso para o baixinho e depois para o objeto em sua mão. Apesar de ter concordado a princípio, agora lhe parecia uma péssima ideia. Não queria estragar seu carro, sem falar que o seguro não cobria brincadeiras idiotas dos amigos mais idiotas ainda.

_ Não tem outra saída. – insistiu o baterista, querendo mais que qualquer outra coisa voltar pra casa.

_ O seguro não vai cobrir isso. – negou com a cabeça, levando a mão até o bolso e lembrando que estava sem cigarros.

_ A gente inventa alguma história. Até lá, podemos obrigar o Shiroyama a pagar.

_ Então quebra você.

Trocaram olhares desconfiados. Se o seguro não cobrisse o rombo na janela, o guitarrista mais velho poderia obrigar tanto o ruivo quanto o líder a pagarem o prejuízo. Teruo mesmo queria evitar essa solução, afinal de contas não teria coragem de estragar algo que tivera tanto trabalho para comprar.

_ Vamos quebrar juntos. – Jack colocou a pedra na mão do guitarrista e pegou um tronco, esperando um aceno em positivo para agirem.

* * *

Conforme as horas foram passando e o baixista não voltava, tanto Hayato quanto Takeo, começaram a ficar preocupados. Já havia passado em muito o horário do almoço e nenhum sinal que Shibuya estava voltando.

Sabiam que ele poderia se virar sozinho se fosse necessário, mas possivelmente, essa regra só valia para situações na cidade, e não perdido no meio do mato, sem nenhum tipo de tecnologia para ajudar.

Não encontrando outra solução, o casal recolheu os restos do lanche e a toalha, colocando tudo na cesta e voltando para onde armaram o acampamento. Se tivessem que sair procurando o amigo por aí, precisariam de ajuda.

_ Eles vão brigar muito com a gente... além de trancar o carro por dentro ainda perdemos o primo de vista. – Hayato beslicava o lábio nervosamente, olhando de relance para o ruivo e esperando uma solução.

_ A culpa não é minha! Não mandei seu primo sumir pra longe! – mas sabia que de um jeito ou de outro seria o principal acusado. A ideia do passeio fora sua, e a partir daí, era apenas uma sucessão de acontecimentos.

_ Mas ele pode estar perdido e... – mas esqueceu o que ia falar ao ver os outros três integrantes da banda ao redor das malas – Jin! Estávamos preocupados com você!

_ Ah... oi... – respondeu sem graça, encolhendo mais ao ver os sorrisinhos nada amistosos de Teruo e Jack.

_ A gente pensando em chamar uma equipe de busca e ele volta pro acampamento! – o ruivo revira os olhos, mas depois olha atentamente para a cena à sua frente – Podia ter avisado ou... Por que está mexendo na minha mochila?!

_ O Teruo e o Jackie acham que você tem uma chave extra... – o baixista se encolheu mais, juntando as pontas dos dedos em sinal de vergonha por estar mexendo nas coisas dos outros.

_ E se eu tivesse uma cópia ia deixar ela escondida na minha mochila? – sorriu de canto, sabendo que estava pisando em campo mimado.

_ Por isso eles me fizeram procurar em todas as mochilas. Na sua, do primo e a minha.

_ E quando foi que eles tiveram a brilhante ideia de achar que eu mexi nas coisas do Teruo pra pegar a chave original? – ergueu a sobrancelha, ficando em alerta – Além do mais, demora pra fazer uma cópia.

_ Tempo é o que não falta. Vai saber quando você pegou a chave pra fazer isso. Teria muitas oportunidades quando a gente está gravando. – ponderou o líder, não querendo deixar nenhuma brecha.

_ Mas eu não mexi nas coisas dele. – deu de ombros, lançando olhares para o carro, ainda intacto.

_ Ah, claro que não. – esnobou o outro guitarrista – Mas tem a péssima mania de pegar emprestado sem avisar. Ou pode ter mandado um desses dois fazer o serviço.

_ Culpado. – Takeo ergueu as mãos, deixando os outros dois mais irritados com seu sorrisinho. Ele sabia que estava piorando e muito a situação para o seu lado.

_ Tachii... entrega a chave pra eles. – Shibuya estava se sentindo um refém, sentado no chão em meio à bagunça das mochilas, sendo obrigado a revirar todo o conteúdo e recebendo olhares enviesados tanto do namorado quanto do guitarrista mais velho.

_ Não tem. – com muito custo conseguiu segurar o riso, logo apontando pras mochilas – Podem revistar o quanto quiserem. Só tem a chave do meu apartamento aí.

No mesmo instante praguejou baixinho ao ver o líder sorrir de canto, sabendo que tinha entregado um trunfo pra ele. Não ia custar nada para Jack sumir com a chave para deixá-lo de fora de sua própria casa.

* * *

Se fosse apenas pelo baixista, Takeo deixaria o líder e o outro guitarrista procurando pela chave em todas as malas e bolsas que haviam levado, até que desistissem ou quebrassem o vidro do carro.

Seria uma cena e tanto ver aqueles dois perderem a paciência.

Mas Jack fora esperto e usou Hayato como alvo, ameaçando que precisariam de um novo vocalista se o ruivo não abrisse o carro na próxima hora.

Ele poderia estar blefando, ou só ameaçando para que ele ficasse com medo. Fazendo o vocalista implorar para que abrisse logo, pois não queria apanhar a toa. Porém, vindo do líder, aquelas ameaças não eram apenas da boca pra fora. Todos ali sabiam muito bem que, se o irritassem demais, teriam que separar uma briga em breve.

Rondou o carro, olhando-o atentamente e analisando suas possibilidades. Tentou abrir todas as portas, usando um pouco mais de força que o necessário, tentou até abaixar os vidros, mas nada se movia.

_ Rápido, Shiroyama. – o líder acompanhava cada passo do guitarrista com o olhar, mantendo o vocalista ao seu lado, pronto para agir a qualquer sinal de brincadeira do outro.

_ Calma, Jackie... estou pensando... – sorriu maroto, vendo-o apertar as mãos em punhos.

_ Você trancou esse carro, você sabe como abrir! Então faça logo! – elevou a voz, se segurando ao máximo para não se descontrolar.

Ele sabia que era aquilo que aqueles três idiotas queriam. Ver alguém se dar mal para que se divertissem à custa dos outros. Mas ele não daria esse gostinho. A não ser que fosse realmente necessário.

_ Tudo bem! – Takeo aproximou-se, estendendo a mão – Eu preciso de um grampo.

_ Como é? – Asamura pensou estar ouvindo errado. Ele só podia estar brincando consigo.

Teruo revirou os olhos e saiu de perto do grupo, também tentando se controlar para não partir para a agressão.

_ Grampo sabe... de usar em cabelo. Vou fazer igual nos filmes!

_ Você está testando a minha paciência! – Jack rosnou entre dentes.

_ Ok, esquece o grampo. Um cartão de créditos serve.

_ E quem vai trazer um cartão para o meio do mato, Shiroyama?! Aqui não pega telefone, não tem nada por perto e você acha que a gente vai encontrar alguma loja de conveniências para gastar dinheiro?!

_ Não ia gastar dinheiro... era pra abrir a porta... – deu de ombros, caminhando de volta até o carro e parando em frente ao porta-malas, abrindo um sorrisinho de canto – Tentaram por aqui?

Teruo apenas lançou um olhar enviesado. Era óbvio que tentaram de todas as formas possíveis. Caso contrário, não estariam ali ainda.

Ignorando as ameaças silenciosas, Takeo abaixou-se para ficar à altura da tranca do porta-malas e começou a mexer ali.

Sorte que de onde estava escondido, os outros não podiam ver o que estava fazendo, apenas sabiam que ele estava tentando abrir o carro. Ou era o que dizia fazer.

_ Só um minutinho... – mexeu mais um pouco no carro, apenas para aumentar o suspense e depois olhou para os amigos analiticamente – Vou precisar de ajuda aqui... Arata?

_ Nem pensar! – mas foi Jack quem interferiu – Ele só sai daqui ileso depois que você abrir esse carro, então é melhor andar rápido!

_ Bom, ou é ele ou você... – sorriu de canto, apoiando contra a lataria e esperando que o líder se decidisse – E com certeza, você não vai querer se sujar mais.

Bufando e revirando os olhos, o baterista finalmente cedeu. Não tinha mais nada a perder, além do último fio de paciência, é claro.

_ O que eu faço? – o vocalista perguntou baixinho ao se aproximar – Se você não conseguir abrir esse carro, a gente vai ficar muito encrencado...

_ Relaxa. – sorriu de canto, como se tivesse tudo sob controle – Você só precisa entrar e segurar a chave como se fosse a sua vida. Se aqueles dois entrarem primeiro, a chance da gente ficar aqui é muito grande.

_ Mas a chave...

Como se o porta-malas estivesse aberto o tempo todo, Takeo apenas levantou a tampa e apontou para o vão entre os bancos.

_ Entra lá e fica quietinho esperando a gente. Só abre as portas depois que eu estiver lá dentro também. – sorriu maroto, indo pegar sua mochila, pronto para sair dali o mais rápido que pudesse.

* * *

_ Líder nazista... – era a terceira vez que Takeo resmungava e praguejava contra o líder, mas ele continuava fingindo que não ouvia e dava prosseguimento ao ensaio – Não somos... atchim!... seus escravos...

_ Jackie... chega... – Shibuya parou de tocar, olhando pedinte para o namorado. Seus dedos já estavam doloridos e com certeza as mãos do baterista também já estavam pedindo um pouco de descanso.

_ O ensaio não terminou, Ikeuchi! Vocês tiveram o fim de semana todo pra descansar. Agora vamos repor o tempo perdido. – e dando sinal para recomeçarem, voltou a espancar sua bateria, descontando toda a raiva acumulada nos dias anteriores.

Mal terminaram uma música e despejaram mais reclamações.

_ Jack, por favor... não agüento mais... – dessa vez o pedido partiu de um rouco vocalista – Vamos parar só um pouco...

Internamente o líder sorria vitorioso. Todos estavam muito gripados, Ikeuchi não parava de limpar o nariz em um lenço, Takeo espirrava sem parar e o vocalista estava praticamente sem voz. Não que ele e Teruo estivessem em melhores condições, mas não iam dar o braço a torcer.

Faria aqueles três pagarem da pior forma possível.

Na noite anterior, quando finalmente conseguiram voltar à cidade, Teruo ainda teve a boa vontade de deixar o líder em casa, para em seguida partir para o seu próprio apartamento. Ao chegar à entrada, expulsou os outros três de seu carro, jogando as malas de qualquer jeito na rua, finalmente adentrado o prédio, pouco se importando com o horário ou se eles conseguiriam carona para casa.

Conseguira sua vingança e mal podia esperar pela do baterista.

_ Sem pausas! Nós temos muitas músicas novas pra ensaiar!

Com lamentações gerais, o ensaio recomeçou ao sinal do líder. A música, porém, estava completamente fora do ritmo, cada um se virando da melhor forma que conseguia. Mal chegaram à metade daquela canção e pararam novamente.

_ Chega... – o guitarrista ruivo resmungou, colocando a guitarra no suporte e literalmente se jogando no chão.

Não demorou muito para ser imitado pelo baixista, que se sentou escorado na bateria, afastando num pulo quando Jack bateu no prato logo acima de sua cabeça.

_ O ensaio não terminou!

_ Carrasco... – Takeo resmungou novamente, arrancando risadas dos primos e um olhar enviesado do baterista.

_ Repete?

_ Ainda tenho amor à minha vida. – sorriu divertido, virando-lhe as costas e resmungando baixinho – Explorador... atchim!

_ Bem feito... – resmungou Teruo, disfarçando uma tosse.

A briga ainda continuou por algum tempo, com Jack ralhando, Teruo agradecendo por ter cigarros para agüentar as infantilidades, os primos rindo das trocas de farpas e Takeo desconversando, conseguindo assim tempo para todos descansarem.

 


Notas Finais:
Espero que tenham gostado ^-^
Ah, ainda estou esperando a vingança que me prometeram *acena pra Litha*
Andei pensando agora em colocá-los pra acampar na neve >)
Ou então irem pra uma fazenda... Arata cuidando das galinhas... Teruo tirando leite da vaca... *run* o
Até a próxima!!!

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