segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Loverholic, robotronic.

Paixão: Atração, arrebatamento

-Asamura-kun, poderia ficar um pouco mais? Eu quero falar com você. - o professor de história, Ikeuchi Jin, chamou o aluno que havia acabado de acordar com o sinal da troca de aulas. Recebeu um olhar assassino, mas não se intimidou. Já conhecia o aluno há três anos, desde quando começara a dar aulas, para saber que aquilo era somente sinal de Ryuutarou queria dormir.

-Hai, sensei. - começou em uma voz arrastada, coçando os olhos e ficando ainda mais parecido com a criança que realmente era. Aquilo fez o coração do mais velho acelerar-se.

Esperaram todos os alunos saírem da sala para, então, se aproximarem de uma forma suspeita: os braços do professor rodeando a cintura do aluno, colando os corpos, enquanto os lábios iam para o pescoço muito branco do menor, começando a depositar ali uma série de beijos nada castos.

Ikeuchi Jin, professor de história de uma escola somente para garotos, alto e muito bonito, mas... um otaku. Era quase assustador pensar que aquele homem era mais uma das criaturas coloridas que tanto habitavam Akihabara. Há dois anos tendo um namoro escondido com um de seus alunos, Asamura Ryuutarou, pequeno delinquente que vivia com camisetas de bandas por baixo do uniforme, cabelos mais longos que o de uma garota e braços completamente tatuados.

Tatuagens essas que a boca de Ikeuchi fazia questão de percorrer. Empurrando o mais novo para sentar-se sobre sua mesa, ficando entre suas pernas, o professor não sabia nem como havia retirado a parte de cima das roupas de ambos. Conseguia concentrar-se somente no moreno em seus braços, que jogava a cabeça para trás e gemia baixo, com as bochechas coradas de excitação.

O namoro não havia começado da melhor forma. Na verdade o aluno o detestara desde o primeiro momento que o vira entrando na sala de uma forma um tanto desengonçada e o impedindo de dormir. Então cuidando dele nas detenções. Começando um flerte um tanto quanto idiota, que consistia em mobiles e mangás. Tudo isso sendo negado, até o dia que o professor o emprensara contra uma das paredes da sala de detenção, colando os lábios e o fazendo se entregar por completo.

Pensar nisso fazia Ryuutarou rir baixo, arranhando as costas de Jin, que começava a descer os lábios para seu tórax, detendo-se em seus mamilos, mordiscando-os e os beliscando com as pontas dos dedos, enquanto a outra mão descia para suas coxas, apertando-as sob o tecido pesado da calça xadrez.

Desejo: Anseio, aspiração.

-Ahhh... Jin... - sussurrou, puxando os cabelos curtos e despontados, o fazendo encará-lo. Fazerem aquilo ali, no meio de uma sala de aula, com a possibilidade de serem descobertos, era quase suicídio, mas eles não poderiam negar. Estar um com o outro era muito bom.

Apesar de saber que ter um caso com um de seus alunos era a coisa mais errada que poderia ter feito em anos, Jin não conseguia negar o encanto que Ryuutarou parecia exercer sobre ele. Os lábios vermelhos que gemiam a cada pequeno toque, os olhos frios, mas que se tornavam flamejantes quando era contrariado ou sentia raiva, os toques quentes e as poucas palavras doces, que faziam Ikeuchi sentir vontade de escutá-las mais e mais.

E os sussurros, que mais pareciam algo docemente demoniaco.

Pecado: Falta, culpa.

Ryuutarou inverteu as posições, emprensando o professor contra a parede e sorrindo de canto, lambendo o lábio superior, enquanto virava de costas e mostrava a pequena surpresa que havia preparado: em suas costas, na linha do quadril, havia a tatuagem recente de um tigre siberiano, com marcas vermelhas pelo corpo.

Ao ver aquilo os olhos de Ikeuchi brilharam de expectativa, surpresa e adoração. Levou os dedos longos até a pele, traçando o desenho. Ele sabia que aquele era somente mais um dos artifícios utilizados pelo menor para prendê-lo a si, para provar que Jin precisava de Ryuutarou de uma forma quase obsessiva.

E Ryuutarou tinha plena consciência de que, somente o olhando, Ikeuchi o desejava cada vez mais. Era seu pequeno prazer sádico, sua diversão: provar para si mesmo e para todos os outros que o professor de história, o otaku, necessitava dele. Que somente ele, Ryuutarou, completava Jin. E que o contrário era completamente recíproco.

O mais novo virou-se, puxando o outro pela nuca e colando os lábios de forma apaixonada e sedenta. As línguas bailavam em uma dança sensual e nenhum dos dois desejava parar. As mãos do moreno mais velho percorriam todo o corpo do aluno, marcando com as unhas curtas, puxando para baixo todos os panos que o impedissem de ver por completo a nudez de Asamura.

Afastou-se, sorrindo ao vê-lo encolhido levemente, mostrando um pudor que não era tão condizente com a situação, tampouco com a forma como ele sempre o provocava. Esticou as mãos, correndo-as pelas coxas roliças, apertando-as de forma a deixar marcas ali. O rosto jovem mostrava bochechas coradas e um olhar impacinte, escondido pela franja comprida demais.

Voltou a colar os corpos, roçando-os, enquanto Ryuutarou arranhava suas costas, deixando marcas verdadeiramente preocupantes ali, a ponto de começar a arrancar uma pequena parcela de sangue. Isso era o suficiente para fazer Jin fechar os olhos e suspirar, gemendo baixo.

Porém, antes que pudesse fazer alguma coisa, as mãos do menor voaram até o cós de sua calça, retirando o cinto rapidamente, jogando-o longe. O botão e o zíper foram abertos de forma impaciente e o tecido abaixado, assim como o da roupa íntima. As mãos ágeis por tempos de bateria, piano e violoncelo começaram a percorrer toda a extensão do membro teso do professor, arrancando um gemido longo e arrastado por parte do mesmo.

Provocação: Desafio, tentação.

Mas, ao invés de proporcionar um contato mais ínitimo, o garoto se afastou, ignorando a própria excitação e sorrindo provocativo, antes de começar a se vestir novamente, disfarçando o volume no meio das pernas com o casaco de moletom amarrado na cintura. Aproximou-se novamente do namorado, ficando na ponta dos pés e lambendo-lhe a extensão do pescoço, assoprando a pele em seguida.

-É melhor se apressar, Ikeuchi-sensei. Nós temos mais algum tempo de aula ainda. - riu de canto, começando a caminhar para fora da sala, em passos leves, uma forma de atiçar um pouco mais o rapaz mais velho.

-Mas... mas Ryuu-chan... eu... - engoliu em seco, vendo-o parar apoiado na porta e sorrir de forma larga, fazendo os olhos puxados ficarem ainda mais fechadinhos. Ofegou, sentindo o coração acelerar.

-Meus pais estão viajando, Jin-chan. E a casa é só minha essa noite. - voltou a caminhar, dessa vez sem olhar para trás, deixando um convite implícito no ar. A Ikeuchi somente restou sorrir, vendo o garoto se afastar e voltar a vestir suas roupas, arrumando-se.

Ryuutarou não sabia demonstrar carinho de forma explícita ou dizer palavras bonitas. Sua afeição era velada e os sorrisos eram raros. O amor era um pouco distorcido, mas era verdadeiro. Passando os dedos pela franja comprida, o professor de história deixou um sorriso de canto, satisfeito, escapar.

Ele sabia que, ao se aproximar do garoto, com sua face angelical e sorrisos fáceis, havia se tornado a razão de viver de Ryuutarou. Mesmo que ele nunca dissesse isso.

Se você me amarrar e me prender, então o amor também vai estar preso.
O futuro também estará preso, não pode mais crescer.
Loverholic, robotronic, loverholic, robotronic
Seu encanto inegável é Lúcifer.

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